Durante sua entrevista para o Jornal Nacional nesta semana, o ex-presidente Lula, disse que parte do setor do agronegócio é "fascista e direitista".
"O agronegócio que é fascista e direitista [se opõe ao meio ambiente]. Porque os empresários sérios do agronegócio, que têm comércio no exterior, que exportam para a Europa e para a China, esses não querem desmatar. Esses querem preservar os nossos rios, as nossas águas, preservar a nossa fauna. Mas você tem um monte que quer", afirmou o petista.
A classe reagiu as falas de Lula e, em comunicado divulgado pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) citado pelo jornal Valor Econômico, o ex-presidente ofendeu milhões de produtores rurais.
"O fascismo é uma das manchas mais vergonhosas da história e não existe qualquer conexão com as pessoas que foram ofendidas. Não é o ataque que nos preocupa, mas a inaceitável demonstração de ódio para com elas", disse a Farsul.
As federações de Mato Grosso do Sul (Famasul) e do Ceará (Faec) publicaram notas de repúdio e disseram que a declaração demonstra completo desconhecimento do setor que "gera milhões de empregos e traz bilhões de reais em divisas para o Brasil, além de garantir a segurança alimentar do mundo".
A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) também repudiou as falas do petista afirmando ter sido uma ofensa "desonrosa" para toda classe, e ressaltou o apoio à reeleição do presidente, Jair Bolsonaro (PL).
"Sobre este ataque vil e ofensivo, não há outra coisa a ser dita se não de que repudiamos veementemente e lastimamos que alguém que pense dessa forma sobre o seu próprio povo esteja postulando ao mais alto cargo da República", afirmou a entidade em nota.
Durante a entrevista ao JN, Lula também declarou que o MST não invadiu terras produtivas, e foi contestado pela Sociedade Rural Brasileira (SRB).
"O MST liderou invasões não apenas a propriedades rurais em diferentes regiões do Brasil, mas também a centros de pesquisa de empresas e instituições que são referências mundiais para o desenvolvimento da agropecuária", escreveu a organização citada pela mídia.
Jair Bolsonaro, que leva a classe do agronegócio em peso em seu grupo de apoiadores, decidiu que o desfile de 7 de setembro em Brasília contará com 28 tratores, que participaram do evento junto a tanques e blindados, conforme noticiado.