Panorama internacional

Mídia: perto da COP27, Brasil não cumpriu ações acordadas na COP26 e pode ser pária internacional

Em 2021, o governo se comprometeu a adotar uma política ambiental menos nociva na conferência da ONU, no entanto, com a falta de atenção dada à temática e a falta de ações concretas, o país pode chegar na conferência desse ano, mais uma vez, como pária internacional.
Sputnik
Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26) do ano passado, o Brasil assinou uma série de compromissos com o meio ambiente, uma delas era erradicar o desmatamento até 2028, conforme noticiado.
Entretanto, um ano depois e com a COP27 batendo à porta, o país registrou, só na última segunda-feira (22), 3.358 focos de queimadas na Amazônia segundo dados do programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) citados pelo jornal O Globo.
A quantidade de focos de incêndio em 24 horas é não só a maior desde setembro de 2007, mas também quase o triplo do infame "Dia do Fogo", em 10 de agosto de 2019, relata a mídia.
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O compilado anual da área devastada no último ano ainda não foi divulgado, mas as estimativas mensais indicam que não deve ser muito diferente do ano passado. No período entre agosto de 2020 e julho de 2021 foram desmatados 13.235 km² na Amazônia Legal, a maior taxa em 15 anos, segundo o preciso sistema Prodes do Inpe.
Além dessa meta, vários protocolos dos Acordos de Paris, assinado há sete anos atrás, continuam a não ser cumpridos. No governo Bolsonaro, em relação à política de emissão de gás assinada no acordo, ainda aconteceu uma estratégia, tipo uma "pedalada", a qual consistia em alterar a base de cálculo para os cortes, usando uma versão revisada para cima dos dados de 17 anos atrás, segundo o jornal.
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Tudo isso vai fazer o Brasil chegar a Sharm el-Sheikh, cidade egípcia que receberá a COP27, em uma posição complicada. O fato de o evento de 12 dias começar em 7 de novembro, uma semana após o segundo turno da eleição brasileira, traz novos tons de complexidade.
A reeleição do presidente, Jair Bolsonaro (PL), daria legitimidade à sua política ambiental, segundo analistas. Uma derrota, por outro lado, pode deixar o governo em posição desconfortável na conferência ambiental.
Entretanto, o Ministério do Meio Ambiente confirmou à mídia que o Brasil terá um estande no evento em uma parceria com as Confederações Nacionais da Indústria e da Agricultura, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos e o Sebrae.
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