Uma equipe internacional de paleontólogos desenterrou os restos do que poderia ser o maior dinossauro encontrado até hoje na Europa, comunicou na segunda-feira (22) a Universidade de Lisboa, Portugal.
Os fósseis foram originalmente descobertos em 2017 no quintal de uma casa pelo proprietário na cidade de Pombal, Portugal, durante obras de construção.
Paleontólogos portugueses e espanhóis trabalhando durante escavações de um possível saurópode braquiossaurídeo em Monte Agudo, Lisboa, Portugal
© Foto / IDL - Instituto Dom Luiz, Portugal
Os restos poderiam pertencer a um saurópode braquiossaurídeo, uma espécie que viveu durante o Jurássico Superior, há aproximadamente 160 milhões de anos, segundo a instituição. Os dinossauros saurópodes, explicam os pesquisadores, são grandes animais que viveram desde o Jurássico Superior até o Cretáceo Inferior, entre 160 e 100 milhões de anos atrás, e são caracterizados por pescoços e caudas compridas.
Durante as escavações, realizadas de 1º a 10 de agosto de 2022, os pesquisadores recuperaram um importante conjunto de elementos esqueléticos axiais, incluindo vértebras e costelas. A análise destes elementos sugere que o enorme animal tinha cerca de 12 metros de altura e 25 metros de comprimento, um tamanho nunca antes visto em um dinossauro encontrado no Velho Continente.
Paleontólogos portugueses e espanhóis escavando um possível saurópode braquiossaurídeo em Monte Agudo, Lisboa, Portugal
© Foto / IDL - Instituto Dom Luiz, Portugal
Para os paleontólogos, outra peculiaridade do achado é o estado de preservação dos restos mortais, que mantêm a posição anatômica original que teriam tido no animal quando ele era vivo, o que é raro nos fósseis escavados nos locais arqueológicos do Jurássico Superior em Portugal.
"Os estudos conduzidos na jazida de Monte Agudo sublinham a importância do registo fóssil de vertebrados da região de Pombal que nas últimas décadas tem proporcionado a descoberta de diversas jazidas (e.g. Andrés e Junqueira) muito significativas para o estudo das faunas continentais do Jurássico Superior de Portugal", indicou a declaração da Universidade de Lisboa.