Cientistas da Alemanha, Chile e EUA descobriram uma nova espécie de ave vivendo na vegetação rasteira que cresce do arquipélago das ilhas chilenas Diego Ramírez, localizadas a cerca de 100 quilômetros ao sul do cabo Horn, informou na sexta-feira (27) uma publicação da Universidade do Chile.
Os autores do estudo, publicado na revista Scientific Reports, disseram que o raiadinho-subantártico, ou Aphrastura subantarctica, difere morfologicamente do raiadinho-chileno comum, ou Aphrastrura spinicauda, que tende a nidificar no clima menos extremo das florestas do sul da Patagônia.
Desenho do pássaro Aphrastura subantarctica, que apenas vive no arquipélago das ilhas Diego Ramírez, Chile
© Foto / Universidade de Chile
Eles explicaram que a espécie recém-descoberta é mais robusta, tendo um bico e tarsos (ossos na parte de trás da pata da ave) maiores, e pesando 12 gramas. A Aphrastura subantártica também tem uma cauda curta.
Segundo o biólogo Rodrigo Vásquez, um estudo genético mostrou que a nova espécie de ave "difere em uma mutação do resto dos exemplares do clássico raiadinho".
As diferenças, explicam os pesquisadores, incluem características morfológicas e comportamentais". O fato de que na área das ilhas Diego Ramírez os ventos atingem rajadas de mais de 100 km/h poderia significar que o pássaro não é um grande voador.
Para Ricardo Rozzi, professor da Universidade de Magallanes, Chile, "esta pesquisa tem sido como uma obsessão", porque não se entende como o raiadinho, que é uma ave que "vive em um habitat florestal", conseguiu sobreviver em um lugar "onde não há árvores, nem arbustos".
"As ilhas Diego Ramirez ainda são pouco conhecidas pela sociedade chilena, e esta pequena ave endêmica será um símbolo ou espécie emblemática que contribuirá para o conhecimento da cultura do país", concluiu o acadêmico.