Embora o conflito na Ucrânia não mostre sinais de que esteja chegando ao fim, os planejadores políticos britânicos foram forçados a admitir que estão "neste trem agora e não há como sair", afirmaram as fontes do jornal.
Essa situação ameaça colocar o novo primeiro-ministro, seja quem for que ocupe o cargo após a eleição da liderança conservadora, em uma situação difícil, ressalta o The Times.
"O novo primeiro-ministro enfrentará em breve a questão de comprometer bilhões de libras em apoio adicional em um momento em que as finanças públicas estão sob intensa pressão", destacou o jornal.
De acordo com a mídia, o vice-presidente do think tank britânico de defesa e segurança Royal United Services Institute e ex-conselheiro de Segurança Nacional do Reino Unido, Lord Ricketts, afirma que Londres tinha certeza de que havia tomado a decisão certa ao prometer ajuda à Ucrânia, sem considerar as implicações de longo prazo.
O especialista aponta que há um "consenso nacional bastante superficial" de que o Reino Unido estava correto em apoiar a Ucrânia no início da operação militar especial russa, mas ninguém se importou em perguntar se o país poderia resistir às consequências da decisão.
"Isso provavelmente não terminará em algum tipo de derrota no estilo de 1945 para [Vladimir] Putin e a Rússia. Não há saída a não ser fortalecer os ucranianos militarmente e esperar que algo aconteça. Não há um pensamento de longo prazo real sobre para onde estamos indo. Isso pode continuar indefinidamente? Onde podemos atestar isso?", perguntou Ricketts.
Uma análise publicada pela revista The Economist no dia 11 alerta para projeções nada otimistas com relação à economia britânica nos próximos meses.
Segundo a publicação, estimativas do Banco da Inglaterra apontam que o acumulado anual da inflação vai subir para mais de 13% em outubro. Ao menos a metade desse aumento será provocada pela disparada do custo da energia no país.
Para punir a Rússia devido à operação militar, muitos países ocidentais, entre eles o Reino Unido, aplicaram sanções ao gás e ao petróleo russos. A estratégia acabou tendo efeito inverso, elevando os preços dos combustíveis e da energia nos EUA e na Europa.