O autor chamou de "ilusão" a ideia de que a operação especial russa na Ucrânia fortaleceu a unidade do Ocidente e da OTAN. No início, na realidade parecia que os EUA e aliados se tinham unido contra o Kremlin, mas afinal tudo provou ser apenas uma ilusão: por exemplo, a Alemanha seguiu comprando os recursos energéticos russos, enquanto a Índia assumiu a neutralidade. Segundo o colunista, muito em breve o fluxo da ajuda fornecida à Ucrânia se reduzirá ainda mais e a situação mudará de forma radical.
Kemp sublinha que, ao longo dos dois últimos meses, nenhum país-membro da União Europeia prometeu um novo apoio a Kiev, enquanto o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, chamou a manutenção da unidade dentro do bloco de "luta diária". Entre as dificuldades que ameaçam a unidade europeia, o autor destaca a perda pelo presidente francês Emmanuel Macron da maioria no parlamento, a mudança do governo na Itália, junto com a crise energética e econômica, que está se agravando de forma crítica.
"Nas condições de recessão nas indústrias e aumento da inflação, especialmente, dos preços da energia e alimentos, as autoridades da UE já estão considerando a hipótese de aliviar as sanções" impostas à Rússia, acrescentou Kemp.
O colunista chamou atenção para o cada vez maior descontentamento da população europeia por causa da situação atual: cada vez mais europeus duvidam se valerá a pena pagar pela segurança de outros países. Uma situação semelhante está sendo observada nos EUA, onde há cada vez menos apoiantes da Ucrânia.
Kiev depende do armamento ocidental de forma crítica, enquanto as posições dos ucranianos estão se agravando em meio à operação especial russa em curso
"Mas a ajuda permanente por parte do Reino Unido e do Leste Europeu, por mais significativa que seja, não será suficiente", escreveu Kemp.
O autor está convencido de que, quando o Ocidente perder para a Rússia, a sua unidade se desmoronará definitivamente.
Em 24 de fevereiro, a Rússia começou a operação especial na Ucrânia para libertar as regiões de Donbass. Nesse contexto, Washington e os seus aliados da OTAN seguem inundando a Ucrânia com armas. Moscou tem repetidamente declarado que o fornecimento das armas ocidentais apenas prolonga o conflito, enquanto os transportes carregando o armamento se tornam um alvo legítimo para as tropas russas.