Não há capacidade suficiente no mundo para substituir o fornecimento de gás da Rússia para a União Europeia (UE), enquanto Moscou tem muitos mercados para vender sua energia, disse o ex-vice-presidente executivo da Saudi Aramco, Sadad Al-Husseini, à CNBC nesta segunda-feira (29).
"Os EUA não têm capacidade de [produção de] gás natural liquefeito [GNL] para substituir as exportações da Rússia para a Europa", disse ele, observando que as contas de energia em toda a UE devem aumentar neste inverno (no Hemisfério Norte).
Segundo Al-Husseini, isso pode levar a sérios problemas no mercado global de energia. "Esta situação é um mundo novo e não é muito bom para a energia", alertou.
"De qualquer forma, não há capacidade de GNL suficiente no mundo para compensar as exportações russas para a Europa", disse o ex-executivo, acrescentando que "levará anos para a UE encontrar recursos para substituir o fornecimento russo."
No que diz respeito a Moscou perder compradores da UE, ele observou que, apesar das sanções ocidentais, há "muitos mercados alternativos" para a energia russa, incluindo China, Japão ou Índia.
Enquanto isso, a Europa não tem fontes alternativas de energia, disse ele, "enquanto os EUA já estão no limite, o norte da África tem problemas", e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) também está ficando sem capacidade ociosa. "Então, é um problema global", afirmou ele.
O funcionário sugeriu que, embora a economia russa possa sofrer com as sanções ocidentais, o resto do mundo também vai sofrer com elas. No entanto, ele enfatizou que "a Rússia pode se recuperar muito mais cedo que a Europa".