Panorama internacional

UE vai divulgar medidas de emergência para conter aumento dos preços da energia, diz mídia

Pressão crescente causada pelos preços de eletricidade e gás tem impactado o bloco europeu de forma preocupante e estimulado a criação de reformas.
Sputnik
De acordo com o Financial Times, a União Europeia (UE) está preparando medidas de emergência para conter o aumento dos preços da eletricidade, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nesta segunda-feira (29), quando o custo da energia quebrou novos recordes em todo o continente.
Enquanto as autoridades da UE trabalham para aliviar a pressão sobre residências e empresas neste outono, a presidente da comissão disse que a disparada dos preços da eletricidade está "expondo as limitações da nossa estrutura atual de mercado de eletricidade".
Em um discurso na Eslovênia, von der Leyen afirmou que a comissão estava trabalhando em "intervenção de emergência", bem como em reformas estruturais do mercado de eletricidade. "Precisamos de um novo modelo de mercado para eletricidade que realmente funcione e nos traga de volta o equilíbrio", disse a presidente.
A crescente pressão econômica sobre as capitais da UE tem estimulado o bloco a reformar o mercado de energia cortando a ligação entre a eletricidade e os preços crescentes do gás, o que aumentou muito os custos para empresas e famílias.
O preço de referência da eletricidade na Europa aumentou dez vezes a média de uma década, em linha com um aumento de 14 vezes no custo do gás, em meio a temores de que haja escassez do combustível neste inverno (no Hemisfério Norte).
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Os preços do gás dispararam desde a crise das cadeias produtivas no combate à pandemia de COVID-19 e se agravaram com o início da operação militar especial russa na Ucrânia, já que em resposta à operação os países ocidentais lançaram baterias de sanções contra a Rússia.
O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, também apoiou, nos últimos dias, a ideia de uma "reforma fundamental" para dissociar os dois mercados.
Bruxelas tem sido cautelosa em romper com o atual sistema de preços de mercado, uma vez que fornece a base para futuros investimentos em energias renováveis e outras infraestruturas de energia. No entanto, von der Leyen, ainda no mês de junho, deu a entender que a comissão teria que reconsiderar o sistema, apontando que o modelo do mercado tinha 20 anos e pode não ser adequado para as circunstâncias atuais.
A Agência para a Cooperação dos Reguladores de Energia alertou contra reformas fundamentais na forma como o mercado de eletricidade funciona, mas em abril disse que poderia haver uma "válvula de alívio temporária" para limitar os preços automaticamente quando os preços da eletricidade subitamente crescessem acentuadamente.
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