O governo norueguês anunciou a medida no início de agosto, com o objetivo de garantir a segurança do abastecimento energético no país.
A decisão limitará a abrangência da energia norueguesa, vinda de usinas hidrelétricas, a mais barata do mercado de eletricidade nórdico, tornando os preços da eletricidade ainda mais altos.
Por isso, operadoras de rede elétrica de Finlândia, Suécia e Dinamarca estão apelando às autoridades norueguesas que reconsiderassem a decisão.
"Seria o primeiro país da Europa a fazer isso com a energia. Seria um passo muito perigoso e nacionalista. É um comportamento muito egoísta", disse Jukka Ruusunen, executivo-chefe da operadora de rede finlandesa Fingrid, ao Financial Times.
O jornal escreve ainda que o executivo se preocupa com um possível favorecimento à Rússia, em meio às sanções aplicadas pelo Ocidente contra combustíveis russos.
"Se não trabalharmos juntos, isso ajudará a Rússia. A melhor maneira de ajudar a Rússia é sair do nosso time", disse ele ao FT.
O jornal ressalta que "a Noruega, como maior produtora de petróleo da Europa Ocidental, fará somas recordes com a venda de petróleo, gás e eletricidade neste ano".
"Há um perigo em qualquer medida nacional em qualquer situação como essa — elas são contagiosas. As pessoas podem dizer que se a Noruega pode fazer isso, nós também podemos. Portanto, acho que é a abordagem errada", disse Johannes Bruun, diretor de mercado de eletricidade da Energinet, operadora de rede da Dinamarca.
Segundo o jornal, o secretário de Estado do Ministério do Petróleo e Energia da Noruega, Andreas Bjelland Eriksen, confirmou que o governo de centro-esquerda em Oslo procurava um mecanismo que reduzisse a produção e, portanto, as exportações, já que os reservatórios que abastecem suas usinas hidrelétricas "caem a níveis muito baixos".
O jornal aponta que, para o secretário, a medida estaria de acordo com as "obrigações" que a Noruega tem com a Europa e ainda ajudaria na "estabilidade de todo o sistema integrado de energia".
De acordo com o Financial Times, as críticas de países nórdicos "mostra como a crise energética da Europa aumentou as tensões entre aliados tradicionais", em meio à escalada dos preços dos combustíveis.