Durante entrevista à revista Time, Boric destacou a iniciativa da "Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito!", divulgada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) em julho. O manifesto reuniu mais de 1 milhão de assinaturas.
"Acho que foi um forte sinal da sociedade brasileira. Se houver uma tentativa tal como aconteceu, por exemplo, na Bolívia, onde acusações de fraude acabaram sendo usadas para validar um golpe de Estado, a América Latina terá de reagir em conjunto para impedi-la", anunciou o presidente do Chile.
A declaração foi divulgada dias depois de Bolsonaro atacar o mandatário chileno durante o primeiro debate presidencial, realizado no último domingo (28).
Bolsonaro acusou Boric de "queimar o metrô" nos protestos de 2019. Em resposta diplomática, o Chile convidou o embaixador brasileiro em Santiago, Paulo Roberto Soares Pacheco, para prestar esclarecimentos acerca da declaração.
Em março, Boric afirmou que ele e Bolsonaro pensam "muito diferente" e declarou seu apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder na disputa presidencial.
O Ministério das Relações Exteriores do Chile emitiu uma nota de protesto logo em seguida, classificando as declarações de Bolsonaro de "inaceitáveis".
"Lamentamos que em um contexto eleitoral as relações bilaterais sejam aproveitadas por meio da desinformação com notícias falsas", disse a ministra Antonia Urrejola, das Relações Exteriores, na terça-feira (30).