Panorama internacional

Desemprego na Alemanha sobe para 5,5% em agosto, com mais refugiados ucranianos no mercado

Centenas de milhares de refugiados ucranianos foram direto para a Alemanha desde o início da crise na Ucrânia. Foi prometido a eles acesso a moradia e apoio financeiro, mas suas perspectivas de emprego são incertas em meio a problemas com qualificações ou habilidades linguísticas.
Sputnik
A taxa de desemprego aumentou na Alemanha em agosto, depois que mais refugiados fugindo da crise na Ucrânia ingressaram na força de trabalho, segundo dados da Agência Federal de Emprego divulgados nesta quarta-feira (31).
O desemprego subiu para 5,5% em agosto, em um ligeiro aumento de 5,4% em julho. Segundo a Secretaria Federal do Trabalho, o número de desempregados aumentou em 28 mil neste mês, mesmo com 887 mil vagas registradas.
"Apesar das incertezas econômicas e políticas, o mercado de trabalho está robusto. O desemprego e o subemprego voltaram a aumentar mais fortemente em agosto do que o habitual para a época do ano. No entanto, isso ainda se deve ao registro de refugiados ucranianos", disse a chefe da Agência Federal de Emprego (BA), Andrea Nahles, em comunicado.
A Alemanha tem sido um dos líderes na aceitação de refugiados ucranianos na União Europeia (UE) em meio à operação militar especial da Rússia na Ucrânia, perdendo apenas para a Polônia.
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Sob uma diretiva da União Europeia, refugiados da Ucrânia recebem status de proteção no bloco por até três anos, além de acesso a seguro saúde e mercado de trabalho.
Até agora, foi registrado um influxo de quase um milhão de pessoas da Ucrânia, de acordo com os dados mais recentes fornecidos pela Agência das Nações Unidas para Refugiados. A grande maioria são mulheres, muitas viajando com crianças, de acordo com pesquisas. No entanto, problemas com níveis educacionais e habilitações linguísticas tornaram difícil encontrar emprego para eles, de acordo com o Instituto para Pesquisa Econômica da Universidade de Munique (Instituto ifo).
Apesar do aumento estatístico do desemprego, de acordo com a Agência Federal de Emprego da Alemanha, a demanda por trabalhadores persistiu no país após o levantamento das restrições no combate à pandemia de COVID-19.
A perspectiva oferecida no início do mês por uma pesquisa da S&P Global era menos esperançosa. Ela indicou que a criação de empregos estava começando a ficar mais lenta devido à incerteza sobre as perspectivas econômicas sombrias.
A Alemanha, líder em termos de problemas econômicos autoinfligidos pelos seis pacotes de sanções estabelecidos pela UE contra a Rússia, deverá entrar em recessão, segundo foi previsto por economistas.
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Restrições de Bruxelas e de países da UE e seus aliados contra as importações de energia russas como parte da ampla campanha de sanções contra Moscou resultaram em uma crise energética sem precedentes.
A iniciativa liderada pelos EUA para "punir" a Rússia por sua operação militar na Ucrânia saiu pela culatra, fazendo com que o bloco europeu passasse a enfrentar preços elevados de energia juntamente com o aumento da inflação depois que Bruxelas se juntou a Washington na tentativa de "eliminar" o petróleo, carvão e gás russos.
Nações em toda a UE têm tomado medidas de emergência para reduzir o consumo de energia.
Na Alemanha, a inflação atingiu 7,5% em julho, com a expectativa de que os preços da energia disparassem no período que antecede o inverno. O governo alemão tomou medidas para encher as instalações de armazenamento de gás a fim de reduzir o consumo e autorizou usinas a carvão para operarem novamente na intenção de reduzir a dependência do país do gás natural russo. Além disso, o presidente da organização federal do banco de alimentos Tafel Deutschland, Jochen Bruhl, alertou, ainda em julho, que as instituições de caridade seriam incapazes de lidar com o número recorde de clientes forçados a procurar serviços de alimentação gratuitos.
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