O jornalista comentou as declarações do presidente ucraniano Vladimir Zelensky nas quais disse estar disposto a "retomar" a península russa.
O autor da publicação lembrou que, após o início da operação especial na Ucrânia, Kiev tem ativamente retirado das ruas os topônimos de origem russa, além de ter desmontado monumentos erguidos em homenagem a personalidades soviéticas e russas. Além disso, a língua e a literatura russas passaram a ser excluídas do programa escolar. Em junho, a Suprema Rada (parlamento ucraniano) votou a favor da proibição de importar e divulgar livros e imprensa da Rússia no país.
"No seu discurso por ocasião do Dia da Independência, na semana passada, Zelensky prometeu que o Exército ucraniano tomaria a Crimeia. Mas, mesmo se esse dia chegar, como Kiev vai fazer a desrussificação? Será que a Ucrânia seguirá insistindo no uso da língua ucraniana na maioria dos aspetos da vida pública na península, onde 65% da população é russa?", questiona o autor.
De acordo com o recenseamento realizado na Crimeia em 2014, 1.49 milhão de pessoas ou 68% dos cidadãos que indicaram a sua nacionalidade se identificaram como "russos", enquanto na prática quase toda a população da península considera o russo como a sua língua materna.
Antes, Zelensky na sua mensagem à nação prometeu que Kiev "reconquistaria" os territórios libertados das regiões de Carcóvia, Donetsk (referindo-se às repúblicas populares de Donetsk e Lugansk), Zaporozhie, Kherson, junto com as águas do mar Negro e mar de Azov, desde a ilha Zmeiny até o estreito de Kerch, e a Crimeia. O deputado da Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo) em representação da região da Crimeia, em uma entrevista à Sputnik chamou as declarações de Zelensky de "criminosas", salientando que a Rússia é capaz de defender os seus territórios junto com os libertados.
O chanceler russo Sergei Lavrov sublinhou que as autoridades ucranianas ao longo de muitos anos têm realizado uma desrussificação agressiva e uma assimilação forçada. O ministro russo acrescentou que Moscou quer ver a Ucrânia como um país amigável, sem a proibição da língua e cultura russas.