Operação militar especial russa

Ucrânia pode aderir à OTAN até o fim da operação especial, diz vice-primeira-ministra ucraniana

Kiev pode aderir à OTAN mesmo antes do fim da operação especial russa, disse a vice-primeira-ministra da Ucrânia Olga Stefanishina durante uma conversa com a edição ucraniana Evropeyskaya Pravda.
Sputnik

"Não quero entrar em pormenores, mas a janela em que pode ser tomada a decisão sobre nosso ingresso na OTAN pode se abrir mesmo antes do fim da operação", afirmou Stefanishina.

A política ucraniana lembrou que Kiev muitas vezes pediu para ingressar na aliança, enquanto agora "é Bruxelas que deve tomar a decisão".
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Ao mesmo tempo, a vice-primeira-ministra não concordou com o argumento de acordo com o qual o país não pode ingressar na OTAN porque participa de um conflito armado e está envolvido em uma disputa territorial.

"Isso não é verdade. O ex-secretário-geral da OTAN [Anders Fogh] Rasmussen propôs fórmulas através das quais isso pode ser feito", salientou.

Assim, Anders Fogh Rasmussen sugeriu em janeiro apresentar à Ucrânia e à Geórgia o plano de ação para integrar a OTAN, apesar das disputas territoriais não resolvidas destes países. Segundo Rasmussen, deve ser usada uma cláusula, conforme a qual o artigo 5º do tratado da OTAN só se aplica aos territórios sob o controle de Kiev e Tbilisi.
De acordo com o artigo 5º, "a invasão armada de uma ou várias partes do país-membro do tratado será considerado um ataque contra o bloco em geral".
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Em julho, Rasmussen se tornou co-presidente do grupo de trabalho para elaborar garantias de segurança para a Ucrânia, junto com o chefe da administração ucraniana, Andrei Ermak.
Em dezembro de 2014, a Suprema Rada estabeleceu que a Ucrânia abandonava o status de país não-alinhado. Em fevereiro de 2019, o parlamento ucraniano aprovou emendas à Constituição, nas quais ficou estabelecido o objetivo de aderir à União Europeia e à OTAN.
Washington tem repetidamente declarado que a adesão da Ucrânia à Aliança Atlântica hoje em dia não está em cima da mesa. Ao mesmo tempo, salientava-se que a OTAN nunca vai abdicar da política de "portas abertas".
A Rússia tem inúmeras vezes sublinhado que a Aliança Atlântica, desde a sua criação, é uma organização militar que visa o confronto. O porta-voz do presidente russo Dmitry Peskov avisou que a futura expansão da OTAN não traria mais segurança para a Europa. Ao mesmo tempo, segundo as autoridades russas, uma eventual adesão da Suécia e Finlândia à OTAN não representa uma ameaça existencial para a Rússia.
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