Os funcionários do Google que protestam contra o contrato do Project Nimbus, da gigante de tecnologia com a Amazon Web Services e as Forças de Defesa de Israel, vieram a público reivindicar uma semana de ações de protesto.
Os atos devem culminar em uma manifestação, marcada para várias cidades, intitulada "No Tech for Apartheid" (Sem Tecnologia para o Apartheid, em tradução livre). O grupo espera pressionar a gigante da tecnologia a desistir do gigantesco contrato de US$ 1,2 bilhão (R$ 6,29 bilhões) por motivos morais.
Eles argumentam que, ao permitir que Israel tenha acesso à sua mais sofisticada tecnologia de aprendizado de máquina e IA (Inteligência Artificial), o "Google está permitindo atos hediondos. crimes contra a população palestina ocupada".
Gerente de marketing do Google e defensora da iniciativa dos funcionários, Ariel Koren anunciou sua renúncia na terça-feira (30), no esteio do movimento, após sete anos na empresa.
Ela disse que foi intimada a se mudar de São Francisco para o escritório do Google no Brasil, ou simplesmente deixar a empresa por causa de seu lobby contra o projeto.
"O Google está buscando agressivamente contratos militares e tirando as vozes de seus funcionários por meio de um padrão de silenciamento e retaliação contra mim e muitos outros", escreveu Koren em sua carta de demissão publicada no portal Medium.
Ela ainda enfatizou que o contrato da Nimbus proíbe explicitamente o Google ou a Amazon de exercer controle sobre como seus serviços são usados pelas FDI.
Desde o lançamento do Projeto Nimbus, o Google se tornou um local de trabalho agressivamente antipalestino, de acordo com 15 funcionários cujos depoimentos gravados foram divulgados para coincidir com a demissão de Koren.
Eles também acusam o Projeto Nimbus de violar o código de ética de IA do Google, que proíbe a empresa de usar a tecnologia para causar danos, desenvolver armas ou conduzir vigilância em violação de normas internacionais.