Quando questionado por que a Alemanha "simplesmente não desliga a torneira russa", ele admitiu que há países que "não podem encontrar uma alternativa tão rapidamente para si mesmos".
"Podemos dizer que superaremos essa situação. Mas será mais difícil se recusarmos [todas as importações do gás russo]. Não devemos complicar nossas vidas desnecessariamente, esta é minha convicção pessoal", afirmou Scholz, em evento na cidade de Essen, transmitido ao vivo no portal oficial do governo.
Instalações do gasoduto Nord Stream 2 em Lubmin, no norte da Alemanha, em 15 de fevereiro de 2022. Foto de arquivo
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O chanceler disse acreditar capacidade da Alemanha de sobreviver à crise energética. Segundo ele, Berlim se preparou para o novo cenário ao promover o armazenamento de gás, estimular usinas a carvão e construir terminais de gás natural liquefeito (GNL) em tempo hábil.
Apesar disso, o chanceler apontou que a Alemanha precisará procurar outros fornecedores do combustível para deixar de ser dependente da Rússia.
"Seria muito mais fácil se houvesse um gasoduto, que está abandonado há muitos anos, passando pela França, talvez pela Itália. Veremos mudanças se os países do sul da Europa encontrarem novas fontes [de importação de gás], da África, da Ásia, de onde eles puderem obter gás, sem a participação da Rússia. Isso vai sustentar tanto a Alemanha como o mercado mundial", sugeriu o chanceler.
Desde o início da operação militar especial russa na Ucrânia, no dia 24 de fevereiro, os EUA e seus aliados intensificaram a aplicação de sanções contra Moscou. Entre as medidas estão restrições econômicas às reservas internacionais russas e a suas exportações de petróleo, gás, carvão, aço e ferro.
Porém as medidas causaram problemas no próprio Ocidente, provocando alta nos preços dos alimentos e dos combustíveis, o que resultou na disparada da inflação.
A Alemanha, que está entre os países que fortaleceram a pressão das sanções contra Moscou, enfrenta uma crise energética em razão do boicote à Rússia.
O Kremlin classifica as sanções como uma "guerra econômica sem precedentes" e tomou medidas em resposta, proibindo que investidores estrangeiros retirem dinheiro do sistema financeiro russo e obrigando compradores europeus de gás a pagar em rublos.