Cidadãos ucranianos correm o risco de serem processados criminalmente e cumprirem penas de até 12 anos de prisão caso participem de referendos sobre a adesão à Rússia, alertou a vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Vereschuk, no último sábado (3).
"Não há e não haverá referendos em nossa terra ucraniana", afirmou Vereschuk durante uma transmissão nacional.
Autoridades pró-Rússia nas regiões de Zaporozhie, Carcóvia e Kherson, bem como nas repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL), falaram anteriormente na realização de referendos sobre sua adesão à Rússia, mas até agora nenhuma data foi definida.
"É tudo uma farsa e um circo. Mas para nossos cidadãos que participarão disso, há realmente um artigo do Código Penal", disse a vice-primeira-ministra de Kiev.
"Se for comprovada a colaboração ou, por exemplo, a participação no referendo ou o incitamento à participação no referendo, as pessoas podem receber até 12 anos com confisco [de bens]", alertou.
Vereschuk pediu aos ucranianos que permanecem em territórios controlados pela Rússia que se evacuem ou evitem votar em qualquer plebiscito, pois "nenhuma pressão, nenhum incitamento violento etc., pode justificar mais tarde o fato de uma pessoa ter ido ao referendo".
Quando perguntada sobre quantas pessoas potencialmente podem participar da votação, Vereschuk afirmou que a porcentagem é "pequena [...] nem mesmo 2%".
O chefe do Comitê de Relações Exteriores da Duma russa, Grigory Karasin, ao comentar as declarações da autoridade ucraniana no Telegram apontou seu autoritarismo.
"Isso é democracia em Kiev! É estranho que seus cidadãos não sejam ameaçados de execução!", declarou.
O governo ucraniano alertou anteriormente que os cidadãos que tentarem se tornar cidadãos russos podem ser punidos com até 15 anos de prisão.