O embaixador permanente da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, disse na terça-feira (6) que a proposta afetaria diretamente a segurança que os militares russos estão garantindo.
"Se desmilitarizarmos, os ucranianos vão intervir imediatamente e arruinarão tudo. Estamos protegendo, defendendo a usina", disse Nebenzya a jornalistas.
Durante reunião do Conselho de Segurança da ONU, Nebenzya criticou o fato de o relatório da AIEA não identificar a origem dos bombardeios à usina.
"Lamentamos que em seu relatório a fonte de bombardeio não seja nomeada diretamente", afirmou o diplomata. "É importante chamar as coisas pelo nome", apontou.
Em vez de condenar os ataques ucranianos, o documento emitido pela AIEA pediu que as hostilidades sejam imediatamente interrompidas, sob o risco de afetar a operação dos sistemas da ZNPP.
O documento diz que, se a usina for danificada, sobretudo seus equipamentos críticos, pode haver a liberação de materiais radioativos, causando um desastre atômico de grandes proporções.
Na última quinta-feira (1º), uma missão da agência, liderada por Rafael Grossi, chegou à central nuclear. O chefe da delegação da companhia estatal russa de energia nuclear Rosatom e funcionários da usina conduziram a equipe da AIEA pelo território e mostraram as seções da estação que foram danificadas durante o bombardeio das tropas ucranianas.
A usina nuclear de Zaporozhie, a maior da Europa, está localizada no sudeste da Ucrânia, perto da cidade de Energodar, e desde março está sob o controle dos militares russos.
Na semana passada, Grossi explicou que seis funcionários da AIEA seguirão na usina, após a visita de 14 técnicos às instalações. Esse número será reduzido para dois na próxima semana, e esses dois seriam uma presença contínua da agência no local.
Mikhail Ulyanov, representante permanente da Federação da Rússia em organizações internacionais em Viena, confirmou à Sputnik que dois funcionários da AIEA permanecerão na central nuclear de Zaporozhie de forma permanente.
Nas últimas semanas, a Rússia acusou a Ucrânia de bombardear diariamente as instalações da usina. Moscou também afirma que sua presença militar na ZNPP visa evitar vazamentos de materiais nucleares e radioativos.