A Espanha se tornou o maior importador mundial de gás natural liquefeito (GNL) da Rússia em julho e agosto de 2022, informou na terça-feira (6) a rádio espanhola Cadena SER.
Como explicou Lauri Myllyvirta, analista sênior do Centro de Pesquisa de Energia e Ar Limpo (CREA, na sigla em inglês) da Finlândia, um think tank sediado em Helsinque, isso foi provocado por sucessivas ondas de calor durante esses dois meses, que levaram a um aumento na demanda de energia para o ar condicionado.
Enquanto isso, a seca empurrou as reservas de água da Espanha para o nível mais baixo em décadas, ocasionando uma queda na geração de energia hidrelétrica, sublinhou.
Segundo Myllyvirta, "nestes dois meses, a Espanha foi o maior importador de GNL russo do mundo, pagando cerca de € 750 milhões [R$ 3,9 bilhões]", o que aumentou significativamente a geração de eletricidade alimentada a gás. Ela totalizou 35% de toda a eletricidade espanhola gerada, disse o especialista.
Posição da Espanha
A Espanha é um dos maiores países compradores de GNL que é transportado por navio, mas não lidera entre os países que importam gás, petróleo ou carvão da Rússia.
A Espanha, igual a outros países ocidentais, se juntou às sanções contra a Rússia e ao apoio à Ucrânia em meio à operação militar especial de Moscou. O país tem sofrido das maiores taxas de inflação na União Europeia, registrando uma alta para 10,4% em agosto. Ela diminuiu ligeiramente em relação aos 10,9% em julho, mas segue nos níveis mais elevados desde os meados da década de 1980.
O impacto das sanções na Rússia tem sido limitado, com a CREA referindo em um relatório anterior que a Rússia está lucrando mais dinheiro com as exportações de combustíveis fósseis do que está gastando com a operação especial.