Na quarta-feira (7), a AIEA disse que os estoques de urânio enriquecido do Irã são 19 vezes maiores do que o limite estabelecido pelo Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), e a quantidade de urânio enriquecido a 60% excede em muito a quantidade necessária para construir uma bomba nuclear em caso de enriquecimento posterior.
"Lamentamos que o Irã não tenha aproveitado a oportunidade de cooperação fornecida pelo diretor-geral [Rafael Grossi] e não tenha esclarecido a origem das partículas de urânio nas três instalações nucleares não declaradas", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França, Anne-Claire Legendre, em briefing.
Segundo a porta-voz, a França vai realizar consultas com parceiros antes da reunião do Conselho de Governadores da AIEA, no dia 12 de setembro.
"Se o Irã se recusar a cooperar, a AIEA não pode garantir que o programa nuclear do Irã seja exclusivamente pacífico", acrescentou Legendre.
Em 2015, o Irã assinou o JCPOA com o grupo de países P5+1 (Estados Unidos, China, França, Rússia, Reino Unido — mais Alemanha) e a União Europeia (UE) exigiu que o Irã reduzisse seu programa nuclear e reduzisse severamente suas reservas de urânio em troca de alívio das sanções, incluindo o levantamento do embargo de armas cinco anos após a adoção do acordo.
Em 2018, os EUA abandonaram sua posição conciliatória sobre o Irã, retirando-se do JCPOA e implementando políticas de linha dura contra Teerã, levando o Irã a abandonar amplamente suas obrigações sob o acordo.
Em dezembro de 2021, as partes do JCPOA concordaram com dois rascunhos de um novo acordo, mas nenhum acordo definitivo foi alcançado. Desde então, as partes tiveram várias rodadas de negociações para retomar o acordo.