No momento da morte de sua mãe, a rainha Elizabeth II, Charles, aos 73 anos, tornou-se o novo monarca do Reino Unido e dos 14 reinos da comunidade. Da nova geração de Windsor, ele será conhecido como Charles III.
"A morte de minha querida mãe, a rainha, é um momento de muita tristeza para mim e para todos os membros da minha família. Nós estamos de luto profundo pela morte de uma soberana querida e uma mãe muito amada. Eu sei que sua morte será sentida profundamente pelo país, pela Commonwealth e por incontáveis pessoas pelo mundo", disse Charles.
Em seu primeiro comunicado como rei, ele ainda apontou que "durante este período de luto e mudança, minha família e eu seremos confortados e sustentados pelo nosso conhecimento do respeito e do carinho tão profundamente cultivados pela rainha".
O príncipe Charles (de terno cinza) e a duquesa Camilla (de branco) visitam o Memorial José Martí, em Havana, em Cuba, em 24 de março de 2019
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De acordo com a imprensa britânica, ao contrário de sua mãe, que era conhecida por manter suas opiniões pessoais em sigilo, o novo rei não esconde quais as causas que realmente importam para ele.
Ao moldar seu papel como herdeiro, ele se dedicou a algumas das questões sociais mais importantes do nosso tempo, construindo relacionamentos inter-religiosos, defendendo a causa das mudanças climáticas e tornando-se uma das figuras mais respeitadas do mundo em questões ambientais.
Além disso, defendeu medicamentos homeopáticos no sistema de saúde público e melhores equipamentos para os soldados britânicos no Iraque.
Príncipe Charles do Reino Unido cumprimenta a primeira-ministra de Barbados, Mia Amor Mottley, antes de reunião bilateral durante a 26ª cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP26, em Glasgow, na Escócia, em 1º de novembro de 2021
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Como rei, ele terá encontros semanais com o primeiro-ministro, assim como reuniões onde terá o direito de ser consultado, de encorajar e mesmo de alertar. Cada palavra sua será examinada, para garantir que, como monarca constitucional, ele permaneça politicamente neutro, escreve o portal da emissora Sky News.
O rei impopular?
Ao longo de sua vida como príncipe, Charles acumulou polêmicas, sobretudo pelo seu casamento fracassado, seguido pela morte da princesa Diana.
Charles e Diana tiveram o primeiro filho, William, em junho de 1982, seguido por Harry, que nasceu em setembro de 1984. Ele estabeleceu um precedente ao ser o primeiro pai real a estar presente no nascimento de seus filhos.
Rainha Elizabeth II, príncipe Philip e seus filhos, príncipe Charles (à direita), princesa Anne e príncipe Andrew, no gramado do Castelo de Balmoral, na Escócia, em setembro de 1960
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A separação ocorreu em 1996, embora a princesa tenha admitido, em 1986, que estava "profundamente apaixonada" por outra pessoa (que se acredita ser o guarda-costas Barry Mannakee). Um ano após seu divórcio com Charles, Diana morreu em um acidente de carro em Paris com seu parceiro, Dodi Fayed.
Em 2015, depois de anos brigando na Justiça, o jornal The Guardian ganhou o direito de revelar o conteúdo de 27 cartas de próprio punho que o príncipe endereçou a integrantes do governo para, suspeita-se, interferir em suas decisões.
Os documentos ficaram conhecidos como "memorandos da aranha negra", por causa da caligrafia peculiar do príncipe herdeiro.
Atualmente ele é presidente ou patrono de mais de 420 organizações, e a cada ano suas instituições de caridade arrecadam mais de US$ 99,9 milhões (R$ 520,3 milhões) para boas causas.
Charles, príncipe de Gales (com papéis no colo), e o então primeiro-ministro britânico, Boris Johnson (à direita), se abrigam da chuva em Alrewas, no Reino Unido, em 28 de julho de 2021
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