Steve Bannon, ex-conselheiro e assessor do ex-presidente Donald Trump, se entregou às autoridades em Nova York nesta quinta-feira (8), após receber acusações de lavagem de dinheiro, três de conspiração e uma acusação de conspiração de fraude relacionada ao projeto "We Build the Wall", programa do governo Trump que prometia construir um muro entre os EUA e o México.
"Stephen Bannon agiu como o arquiteto de um esquema multimilionário para fraudar milhares de doadores em todo o país – incluindo centenas de moradores de Manhattan", disse o promotor Alvin L. Bragg em um comunicado citado pela mídia.
Já a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, cujo escritório fez parceria com o promotor na investigação, disse que Bannon tirou "vantagens das opiniões políticas de seus doadores para garantir milhões de dólares que ele então desviou".
De acordo com o The New York Times, se Bannon for condenado e sofrer pena máxima, pode pegar de cinco a 15 anos de prisão.
"Sr. Bannon mentiu para seus doadores para enriquecer a si mesmo e a seus amigos", afirmou James mencionada pelo jornal.
A acusação de Manhattan se concentra em alegações de que Bannon e outros fraudaram doadores ao canalizar secretamente fundos doados para o "We Build the Wall".
Os promotores federais acusaram Bannon de ajudar a conduzir a fraude e embolsar US$ 1 milhão (R$ 5,2 milhões) arrecadado pela organização, usando-o para despesas pessoais, mas Trump perdoou Bannon em janeiro de 2021, impedindo as autoridades federais de levá-lo a julgamento.
Em um comunicado nesta semana, Bannon chamou as acusações estaduais de "falsas", acrescentando: "Isso nada mais é do que um armamento político partidário do sistema de justiça criminal".
No Brasil, o ex-assessor tem admiração da família Bolsonaro, principalmente do deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PL), que já se encontrou com Bannon nos Estados Unidos algumas vezes.