"Dada a crise em que toda a Europa se encontra, enquanto o Reino Unido dificultou ainda mais a sua vida com o Brexit, o instituto da monarquia pode vir a ser um fardo, com Charles III podendo se tornar o último Windsor no trono britânico. Se a situação econômica piorar, incluindo devido à alta dos preços da energia, os britânicos podem questionar: para que é que gastar centenas de milhões de libras esterlinas em uma família de aristocratas que não desempenha nenhum papel útil no governo do país?", opina incluindo o diretor da Sociedade Histórico-Militar Russa, Mikhail Myagkov.
"Embora o monarca seja apenas formalmente Chefe de Estado, pode-se dizer que, ao longo de toda a sua vida, a rainha Elizabeth II foi a figura-chave na manutenção da unidade de todo o Reino Unido e da Comunidade [das Nações]. Apesar de ter se distanciado das disputas políticas, ela garantia um equilíbrio frágil e, graças à sua influência, repetidamente conduziu a família real britânica através de crises, cumprindo múltiplos deveres como monarca, esposa e mãe", acredita Qian Feng.
"Estes problemas internos e externos que o Reino Unido está enfrentando são inevitavelmente interpretados como profecias sobre o futuro declínio do país. No que diz respeito à nova primeira-ministra Liz Truss, ela, assim que assumiu o cargo, já começou a ser criticada por muitos políticos", acrescentou o especialista.
"Elizabeth não foi apenas rainha do Reino Unido. Também foi chefe de mais de 10 outros Estados soberanos. Contudo, nos últimos anos, o Canadá, Austrália, Nova Zelândia e outros países têm discutido a questão de privar os monarcas britânicos do status de chefe de seus Estados. No último ano de vida da rainha, o Estado insular de Barbados decidiu sair da Comunidade das Nações e elegeu o seu próprio presidente. Desde então, não honram a rainha como chefe de Estado e se converteram em república", disse.