A sucessão da coroa do Reino Unido provocou uma onda republicana no Caribe, que exige que a coroa britânica pague indenizações históricas aos países por escravidão e o coloque fim status do monarca como chefe de Estado.
Os pedidos, embora tenham sido renovados com chegada do novo rei, ocorrem há alguns anos. No início de 2022, alguns líderes da Commonwealth expressaram desconforto em uma cúpula em Kigali, Ruanda, sobre a passagem da liderança do clube de 56 países de Elizabeth para Charles.
Em uma turnê de oito dias em março por Belize, Jamaica e Bahamas, o príncipe William e sua esposa, Kate, ouviram reiteradas vezes pedidos de indenização e exigências de desculpas pela escravidão.
"À medida que o papel da monarquia muda, esperamos que esta seja uma oportunidade para avançar nas discussões de reparações para nossa região", disse Niambi Hall-Campbell, presidente do Comitê Nacional de Reparações das Bahamas, segundo a Reuters.
Ela disse que espera que Charles lidere de uma maneira que reflita a "justiça exigida dos tempos. E essa justiça é justiça reparatória".
Mais de 10 milhões de africanos foram algemados ao tráfico de escravos no Atlântico por nações europeias entre os séculos 15 e 19. Aqueles que sobreviveram à viagem brutal foram forçados a trabalhar em plantações no Caribe e nas Américas.
O governo da Jamaica anunciou no ano passado planos para pedir indenização ao Reino Unido por transportar à força cerca de 600 mil africanos para trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar e bananas que criaram fortunas para os proprietários de escravos britânicos.
A Jamaica sinalizou que em breve poderá seguir Barbados ao abandonar o governo real. Uma pesquisa de agosto mostrou que 56% dos jamaicanos são a favor da remoção do monarca britânico como chefe de Estado.