"A Zona do Euro depende da Alemanha, por isso, as consequências da turbulência econômica que Berlim atualmente enfrenta vão se sentir por todo o continente", escreve a colunista.
Conforme a autora, muitos ficaram chocados pelo fato de a Alemanha, pela primeira vez nas últimas décadas, ter registrado déficit da balança comercial.
"A Alemanha era o único grande país da Zona do Euro com a balança comercial sempre positiva. Por isso, não nos devemos surpreender por, à medida que a Alemanha enfraquece, o euro se desvalorizar rapidamente em relação ao dólar, sem falar do franco suíço", salientou Beppler-Spahl.
O establishment político alemão atribui todos os problemas atuais à crise ucraniana. Contudo, foi precisamente a decisão de fechar as usinas atômicas, tomada pela ex-chanceler alemã Angela Merkel em 2011, que levou à dependência de Berlim do gás russo. Isso se tornou uma das razões principais da crise energética atual, explicou a jornalista.
"São os cidadãos comuns que terão de pagar pelos erros do passado. Mas quem vai pagar se toda a Zona do Euro entrar em colapso, especialmente quando a principal economia da região não é capaz de superar as suas próprias crises? ", questiona a publicação.
Desde o início deste ano, os países ocidentais têm enfrentado um aumento dos preços da energia e uma inflação alta, após terem imposto sanções contra Moscou e recusado os combustíveis russos. Devido ao aumento dos preços dos combustíveis, principalmente do gás, as indústrias nos EUA e nos países europeus em muitos aspectos perderam as suas vantagens competitivas, o que também afetou outras esferas da economia.
3 de setembro 2022, 13:03