Hoje se cumpre o 21º aniversário da tragédia do 11 de setembro – um ataque terrorista em massa que custou a vida a quase 3.000 pessoas e chocou não só os Estados Unidos, mas também o mundo inteiro. A caçada aos supostos organizadores do ataque – o grupo terrorista Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) – resultou na morte do seu notório líder Osama bin Laden, bem como na presença dos militares norte-americanos no Afeganistão por 20 anos lutando contra o Talibã (organização terrorista sob as sanções da ONU).
Colapso do símbolo do capitalismo norte-americano
No início da manhã de 11 de setembro de 2001, 19 terroristas da Al-Qaeda, que se dividiram em três grupos de cinco e um grupo de quatro, sequestraram quatro voos partindo de Boston (voos 11 e 175), Newark (voo 93) e do Aeroporto Internacional Washington Dulles (voo 77) logo após as decolagens. De acordo com o pouco que foi reconstruído dos acontecimentos a bordo, os sequestradores usaram algum tipo de spray, possivelmente spray de pimenta, e facas para subjugar ou matar as tripulações, junto com alguns passageiros.
Momento de colisão de um avião sequestrado pelos terroristas com uma das torres do World Trade Center em Nova York, 11 de setembro de 2001
© AP Photo / Carmen Taylor
Passados apenas 47 minutos após a decolagem, o Boeing 767 do voo 11 controlado pelos terroristas atingiu a Torre Norte do World Trade Center, na cidade de Nova York, às 8h46, causando graves danos e levando a uma explosão que provocou incêndios em vários andares.
Passados 17 minutos, o voo 175 atingiu a Torre Sul, também provocando incêndios. Após comunicações do primeiro ataque, os serviços de emergência da cidade de Nova York enviaram até metade de suas forças, junto com bombeiros fora de serviço e pessoal médico para salvar pessoas das torres e edifícios próximos.
Os danos aos dois grandes edifícios e os incêndios enfraqueceram as vigas de aço que os seguravam, o que afetou as torres, símbolos do poderio capitalista dos EUA. Ambas desmoronaram, uma depois da outra, na meia hora que decorreu entre as 9h59 e as 10h28.
Mais de 2.600 pessoas morreram, incluindo funcionários e visitantes das torres, bem como funcionários dos serviços de emergência.
Bombeiros lutam contra incêndio nos escombros do World Trade Center após este ser atacado em 11 de setembro de 2001
Ataques contra o Pentágono e o Capitólio dos EUA
Enquanto as torres do World Trade Center estavam queimando e o governo e os cidadãos dos EUA ainda tentavam compreender o que estava acontecendo, o terceiro avião, o voo 77, tentou atravessar o Pentágono, o centro coordenador das atividades militares dos EUA. No entanto, depois de atingir o solo perto do piso térreo, o Boeing 757 só penetrou nos três primeiros anéis externos de um dos lados do edifício, matando 125 pessoas.
O quarto avião não atingiu o seu alvo, que ainda é desconhecido. A sua direção sugeria que os terroristas a bordo planejavam atingir a Casa Branca ou o Capitólio. No entanto, quando se aproximou de Washington, os seus passageiros, que tentaram contactar as autoridades e parentes por telefone, souberam dos outros três ataques e tentaram retomar o controle do avião.
Ao perder o controle sobre a situação, os terroristas do voo 93 fizeram intencionalmente o avião mergulhar a pique, o que resultou na sua colisão com o município de Stonycreek (Pensilvânia) junto com os 33 passageiros e membros sobreviventes da tripulação de 7 pessoas.
World Trade Center cria coluna de fumaça durante o ataque de 11 de Setembro
© AP Photo / Mike Derer
Documentos do 11 de setembro continuam classificados
Na sequência da tragédia, a Al-Qaeda assumiu a responsabilidade pelos ataques descarados, chamando-os de vingança pelo apoio dos EUA a Israel e interferência nos assuntos internos dos países muçulmanos. O grupo baseava-se no Afeganistão, controlado pelo Talibã na época, e era liderado por Osama bin Laden, membro de uma rica família saudita.
Apesar de ter identificado, localizado, capturado ou assassinado as pessoas consideradas responsáveis por terem orquestrado os ataques de 11 de setembro, como foi o caso do assassinato de Bin Laden em 2 de maio de 2011, o governo norte-americano nunca divulgou totalmente os documentos das investigações. Isso provocou duras críticas por parte de algumas famílias que perderam parentes nos ataques às torres gêmeas e que seguem acreditando de maneira firme que foi a Arábia Saudita que financiou a Al-Qaeda, tornando Riad parcialmente responsável pelo ataque. Riad, por sua vez, nega veementemente quaisquer acusações.
Vários presidentes dos EUA, incluindo o líder incumbente Joe Biden, prometeram revelar todos os documentos confidenciais restantes, mas certos materiais ainda permanecem ocultos dos olhos do público. Isso levou a especulações, nomeadamente entre os demandantes no processo legal contra o governo da Arábia Saudita sobre o seu suposto financiamento do grupo terrorista, de que Washington tem se recusado a abrir os documentos temendo que isso possa prejudicar as relações diplomáticas bilaterais, já que o reino é conhecido por ser um dos aliados mais fiéis de Washington no Oriente Médio.
Prédio em chamas durante os ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA
© AP Photo / Will Morris