Devido às restrições, bem como ao declínio da economia chinesa, a Alemanha tem enfrentado um teste de resistência do seu sistema industrial.
Citando o chefe da Associação da Indústria Alemã (BDI, na sigla em alemão), Siegfried Russwurm, o artigo relata que a indústria na Alemanha estaria em perigo de extinção.
"A situação parece 'tóxica' para muitas empresas. E através das cadeias de fornecimento globais, esse 'veneno' pode se espalhar para o resto do mundo industrialmente desenvolvido, que é fortemente dependente dos fabricantes alemães. O maior problema da indústria alemã foi o aumento do custo da energia. O preço da eletricidade para o próximo ano já aumentou 15 vezes e o preço do gás – dez vezes", ressalta o jornal.
Também tem sido observado um padrão: as pequenas empresas foram as mais duramente atingidas pela crise energética. Quase um quarto das empresas com menos de 1.000 funcionários cancelaram ou rejeitaram encomendas de produção. Uma atenção especial foi dedicada pela edição à produção de pão.
Além disso, a crise industrial, criada inclusive pelos problemas na cadeia de suprimentos, destrói ainda mais essas mesmas cadeias.
ArcelorMittal, um conglomerado industrial multinacional de empresas de aço, anunciou seus planos para encerrar duas fábricas no norte da Alemanha e enviar os funcionários paras férias.
A Stickstoffwerke Piesteritz, o maior produtor da Alemanha de amônia e carbamida, que são dois importantes materiais químicos, encerrou suas fábricas de produção de amônia no estado federal da Saxônia-Anhalt.
Os países ocidentais têm enfrentado um aumento de preços dos recursos energéticos e um salto na inflação devido à imposição de sanções contra Moscou e à política de rejeição da importação de combustível russo.
No contexto do aumento do preço dos combustíveis, especialmente do gás, a indústria na Europa perdeu largamente sua vantagem competitiva, o que afetou outras áreas da economia. Os EUA e os países europeus têm também enfrentado uma inflação recorde que não é vista há décadas.