"Um ponto que deve ter despertado a atenção de Washington certamente foi o caráter inovador da nova Carta, pois propunha superar a noção de propriedade que a Constituição em vigor pôs em marcha desde 1980. No Chile, praticamente tudo é privatizado", afirma o cientista social Roberto Goulart Menezes, professor de relações internacionais da Universidade de Brasília (Unb).
"Em 1973, os EUA atuaram diretamente na derrubada de Salvador Allende apoiando de todas as formas os golpistas", disse Menezes, referindo-se ao golpe militar chileno, que levou o ditador Augusto Pinochet ao poder.
Motivos da rejeição à Carta
"No parlamento, como Boric não tem maioria, a direita exercerá o poder de veto. Ele sabe que o tempo corre contra ele. Certamente teremos novos protestos de rua, que poderão exercer pressão sobre o Parlamento e contribuir para que inovações sejam contempladas no novo texto", prevê o especialista.