A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse nesta terça-feira (13) que pelo menos 16 países já solicitaram auxílio do fundo desde que a operação militar especial da Rússia na Ucrânia teve início, em 24 de fevereiro.
"O que se vê hoje é que 16 países já entraram com pedidos de financiamento desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, com um valor nocional de cerca de US$ 90 bilhões [cerca de R$ 450 bilhões]", disse Georgieva.
A diretora-geral, no entanto, não especificou quais países solicitaram auxílio. Porém, vários países, em especial do continente europeu, enfrentam crise econômica e risco de recessão desde que o conflito teve início, fruto do sistemático desrespeito da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) aos acordos estabelecidos após o fim da União Soviética. Desde a década de 1990, a organização vem expandindo suas fronteiras para perto da Rússia, o que viola os acordos firmados.
A situação se agravou após os EUA e seus aliados optarem por usar sanções ao gás e petróleo russo como arma contra Moscou. A decisão teve efeito contrário e arrastou para a crise países europeus que dependiam do gás fornecido pela Rússia.
Um dos países mais afetados pela crise é a Alemanha, que enfrenta uma inflação de 7,9%, puxada pela alta no preço da energia, fruto da crise no fornecimento de gás russo. O Reino Unido também tem a economia duramente afetada pela política de sanções, que fez o preço da energia no país disparar.
Fora da Europa, os EUA também lidam com a crise. Para conter a escalada no preço do petróleo, e como consequência a inflação, Washington recorreu ao petróleo da Reserva Estratégica do país. Como consequência, os níveis das reservas caíram ao patamar mais baixo desde outubro de 1984.