"O novo acordo muito provavelmente entrará em vigor oficialmente, mas de fato será infrutífero devido às muitas exceções, omissões, impossibilidade de aplicação da lei à realidade do mercado e necessidade dos países ocidentais de sustentar as suas economias", explicou o especialista.
Segundo Korolev, se for concluído, o documento gradualmente vai se tornar irrelevante, enquanto o objetivo real de tal instrumento geopolítico seria a "demonstração de força".
Ele apontou também a relutância da Índia e da China em se juntarem à estratégia de sanções dos EUA e seus aliados.
"A economia indiana beneficiou das sanções europeias porque o país se tornou o maior fornecedor de petróleo refinado russo para a Europa. Refinando esse petróleo a Índia e a China obtêm lucros gigantes", disse Korolev.
O especialista também mencionou que o Ocidente já está comprando recursos energéticos russos no mercado cinzento, pagando preços exorbitantes pelo "ouro negro".
Os líderes do Grupo dos Sete confirmaram na cúpula de 26-28 de junho a sua intenção de reduzir a dependência dos recursos energéticos russos e acordaram preliminarmente em começar a limitar os preços do gás e petróleo que compram da Rússia. Em setembro, reconfirmaram a intenção de estabelecer um preço máximo para o "ouro negro". Planeja-se que a limitação do preço entre em vigor em 5 de dezembro para o petróleo cru e em 5 de fevereiro de 2023 para os produtos petrolíferos.
Em resposta, Moscou alertou que não vai exportar o petróleo aos países que aplicarem os limites.
O preço máximo para o petróleo ainda não foi aprovado. No início de junho houve propostas de estabelecer o limite da metade dos preços atuais. Segundo a Bloomberg, o limite em discussão é de US$ 40-60 (R$ 200-300).
No início do setembro, ao comentar a ideia do Ocidente de limitar os preços do petróleo, o presidente russo Vladimir Putin disse que Moscou não vai exportar nada se isso for contra os seus próprios interesses.