Panorama internacional

'Brincadeira de pega-pega': EUA parecem perder corrida tecnológica para a China, dizem especialistas

Os Estados Unidos estão envolvidos em uma competição acirrada com a China para dominar a próxima onda de inovação tecnológica, mas tudo indica que os americanos estão bem atrás nessa competição.
Sputnik
De acordo com Eric Shcmidt, presidente do Projeto Especial de Competitividade (SCSP, sigla em inglês), uma iniciativa que busca fortalecer a competitividade de longo prazo dos Estados Unidos, e Yll Bajraktari, chefe executivo da SPCP, fica claro que "os EUA estão competindo com a China pelo domínio tecnológico, mas, apesar de uma onda de progressos tecnológicos nos últimos três anos, Washington tem brincado de pega-pega."
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Depois que a pandemia de COVID-19 abalou a economia dos EUA por dois anos, o Pentágono alertou sobre a dependência dos EUA de fornecedores do Leste Asiático. O país norte-americano prometeu investir nos próximos cinco anos mais de US$ 50 bilhões (cerca de R$ 259 bilhões) na indústria de chips e semicondutores, uma solução, que de acordo com os especialistas, chega um pouco tarde.
A Comissão de Segurança Nacional em Inteligência Artificial (NSCAI, sigla em inglês) do país divulgou, em seu relatório final no ano passado, uma abordagem abrangente para promover a liderança dos EUA em educação, pesquisa e aplicações de inteligência artificial (IA), incluindo milhões de dólares em novos investimentos federais.
Porém, Shcmidt e Bajraktari afirmam que "este relatório veio quatro anos depois que a China lançou sua estratégia nacional de IA", estratégia essa que já "gerou bilhões em novos financiamentos, identificou empresas nacionais líderes no ramo e integrou a IA na estratégia de fusão militar-civil de Pequim."
“Mesmo com os importantes passos que Washington deu nos últimos três anos, é difícil dizer que os EUA estão melhor posicionados ou organizados para a disputa de longo prazo contra a China,” afirmaram eles.
Para eles, a concorrência EUA-China é baseada na construção de uma sociedade próspera, crescimento econômico e novos armamentos baseados em novas tecnologias. Entretanto, alertam que "Washington sente dificuldades nesses quesitos, [enquanto] Pequim investe bilhões, treina estudantes e subsidia empresas de tecnologia."
"Washington perdeu o foco em suas prioridades nacionais de tecnologia, enfraquecendo a capacidade do governo de moldar e impulsionar a inovação," afirmam os autores ao The Foreign Affairs.
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