O relatório da Rede PENSSAN identifica três níveis de insegurança alimentar: leve, moderada e grave. A leve ocorre quando há preocupação ou incerteza sobre a obtenção de alimentos. A moderada descreve a situação de redução concreta da quantidade de alimentos, com rompimento do padrão saudável de alimentação por falta de comida. A grave identifica situação de fome, em que a família não come por falta de dinheiro.
A nível nacional, a pesquisa aponta que 15,5% das famílias brasileiras estão na situação de insegurança alimentar grave — cerca de 33 milhões de pessoas. A situação moderada afeta 15,2% das famílias, enquanto a leve chega a 28%. Ainda segundo o levantamento, 41,3% da população brasileira vivem em situação de segurança alimentar.
Integrantes do programa Natal Sem Fome fazem ato na orla da praia de Copacabana contra a fome no Brasil e esperam ajuda para muitas famílias que vivem em extrema pobreza, no Rio de Janeiro, em 17 de outubro de 2021
© Folhapress / Michel Sabbaga
O estudo aponta que os estados de Alagoas, Amapá, Pará e Sergipe têm os piores números proporcionais de insegurança alimentar grave entre as famílias pesquisadas, chegando a 36,7%, 32%, 30% e 30%, respectivamente. Em termos regionais as piores situações foram identificadas no Nordeste e Norte, com 25,7% e 21% das famílias em insegurança alimentar grave.
Já os estados com os menores índices de insegurança alimentar grave foram Minas Gerais e Espírito Santo, ambos com 8,2%. A região com a menor proporção de famílias nessa situação é a Centro-Oeste, com 12,9%.
Apesar de a proporção de pessoas com fome ser maior nas regiões Norte e Nordeste, em números absolutos a região Sudeste tem mais pessoas nessa condição. Esses números são puxados pelos dois estados mais populosos. Apenas em São Paulo são 6,8 milhões de pessoas, enquanto no Rio de Janeiro são 2,7 milhões.