Uma equipe de cientistas do Instituto de Biologia Celular Molecular e Genética em Dresden, Alemanha, identificou o que disse ser o gene-chave para o surgimento da inteligência humana.
Há mais de meio milhão de anos, uma mutação genética nos ancestrais dos neandertais e dos humanos modernos, que vagueavam pelo mundo, produziu um avanço súbito em seus cérebros. Esta modificação levou a uma ampliação das células cerebrais nas pessoais, que agora são caracterizadas por suas amplas habilidades cognitivas, segundo um estudo publicado na revista Nature.
Arnold Kriegstein, neurologista da Universidade da Califórnia, São Francisco, EUA, disse que esta variação genética faz parte de um conjunto de modificações que deram ao ser humano uma vantagem evolutiva sobre outros hominídeos.
Os pesquisadores do Instituto de Biologia Celular Molecular e Genética estudaram a sequência completa do genoma neandertal, que foi completado em 2014. Entre os 96 aminoácidos diferentes relativamente aos humanos modernos, eles detectaram uma mutação que mudou um outro aminoácido, e que gerou uma proteína diferente das presentes nos hominídeos ancestrais, neandertais e primatas não-humanos.
Os autores do estudo acreditam que a proteína, que chamaram TKTL1, pode ter ajudado a proliferação de células geradoras de neurônios, levando ao desenvolvimento do cérebro, especificamente no neocórtex, que está envolvido na função cognitiva.
As evidências fósseis sugerem que os cérebros dos neandertais e dos cérebros humanos eram amplamente do mesmo tamanho, portanto, suas diferenças podem ter sido relacionadas à densidade.
Os pesquisadores introduziram a TKTL1 nos cérebros de embriões de ratos e furões. Os resultados mostram que eles também desenvolveram significativamente mais células geradoras de neurônios, contou a equipe.
A presença desta proteína é rara entre os seres humanos atuais.