A declaração do pontífice foi dada em entrevista coletiva a jornalistas e publicada no jornal italiano Corriere della Sera nesta quinta-feira (15).
"O Ocidente como um todo não é atualmente um exemplo de modelo. O Ocidente está errado, por exemplo, em termos de justiça social", afirmou a autoridade mais elevada da Igreja Católica.
Papa Francisco classificou o Ocidente como "o maior cemitério da humanidade".
Ele apontou para os problemas demográficos da Europa, observando que nestas condições a União Europeia (UE) está seguindo a política migratória errada.
"Precisamos de pessoas na Espanha, na Itália. Por que o Ocidente não segue uma política de integração de migrantes?" destacou o Papa.
Ele também expressou a opinião de que o Ocidente, agora, "não está no nível mais alto" e não tem capacidade de ajudar outras nações.
O pontífice disse aos jornalistas que o fornecimento de armamentos pode ser moralmente aceitável se for para defender o próprio país, mas seria condenável se o objetivo for estimular o confronto. O papa já foi criticado na Ucrânia pelas posições sobre a corrida armamentista e sobre o papel da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no conflito.
"É uma decisão política que pode ser aceitável do ponto de vista moral, se for feita em termos de moralidade, que são numerosos. Pode ser imoral, se houver a intenção de provocar a escalada da guerra ou vender armas ou enviar aqueles que você não precisa mais", disse o papa.
A entrevista do papa foi cedida durante visita ao Cazaquistão. O Papa criticou a indústria de armas, observando que os recursos gastos em sua produção poderiam ser gastos na educação ou na erradicação da pobreza.
A questão do fornecimento de armas para as partes em conflito tornou-se mais amplamente discutida depois que a Otan aumentou seu apoio militar a Kiev em resposta à operação militar da Rússia na Ucrânia, lançada em fevereiro.
A questão do fornecimento de armas para as partes em conflito tornou-se mais amplamente discutida depois que a Otan aumentou seu apoio militar a Kiev em resposta à operação militar da Rússia na Ucrânia, lançada em fevereiro.
O gabinete da presidência de Vladimir Zelensky publicou nesta terça-feira (13) o projeto sobre garantias de segurança da Ucrânia, no qual Kiev propõe a participação da União Europeia, EUA, Reino Unido, Austrália e Turquia como fiadores da segurança ucraniana. A proposta prevê um fornecimento regular de armamentos aos ucranianos.