Panorama internacional

Projeto de lei anti-Rússia dos EUA pode prejudicar países africanos, diz presidente da África do Sul

Projeto de lei em análise no Senado americano visa punir com sanções países da África que fazem comércio com a Rússia.
Sputnik
Um projeto de lei em trâmite no Congresso dos EUA, que tem como objetivo punir com sanções países do continente africano que fazem comércio com a Rússia, em meio ao conflito do país com a Ucrânia, foi criticado pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, nesta sexta-feira (16).
Intitulado "Lei de Combate a Atividades Malignas da Rússia na África", o projeto foi apresentado pelo Partido Republicano, mas recebeu grande apoio do Partido Democrata, sendo aprovado em abril, na Câmara dos Representantes dos EUA. Agora, o texto aguarda análise do Senado americano. Caso aprovado, segue para ser sancionado pelo presidente Joe Biden.
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Em visita oficial a Washington, onde se reuniu com a vice-presidente Kamala Harris e com Biden, Ramaphosa afirmou que o projeto ameaça punir todo o continente africano.
"Se o projeto de lei de Combate às Atividades Malignas da Rússia [na África] se tornar uma lei nos EUA, poderia ter a consequência não intencional de punir o continente africano pelos esforços para promover o desenvolvimento e o crescimento", disse Ramaphosa.
O presidente da África do Sul disse ainda que é decepcionante que os congressistas americanos tenham elaborado a legislação anti-Rússia em um momento em que o presidente Biden procura se aproximar de países africanos com base no respeito por sua independência e soberania.
"Os Estados Unidos e a Rússia são parceiros estratégicos para a África do Sul, um país soberano que busca uma política externa independente", disse Ramaphosa.
Ramaphosa não é o único líder do continente africano a protestar contra o projeto de lei. Em agosto, durante 42ª cúpula da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, realizada em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, foi assinado um comunicado conjunto no qual líderes expressaram "repúdio pelo fato de o continente ser alvo de medidas unilaterais e punitivas por meio da Lei de Combate a Atividades Malignas da Rússia na África".
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