Panorama internacional

Refinaria da Rosneft na Alemanha alerta para possível corte de petróleo vindo da Rússia

Nesta sexta-feira (16), a refinaria PCK Schwedt, da estatal russa Rosneft, na Alemanha, emitiu um alerta sobre uma possível escassez de petróleo vindo da Rússia após decisão do governo alemão de colocar a empresa sob tutela dentro do país.
Sputnik
Em comunicado, a PCK afirmou que está se "preparando para possíveis limites de curto prazo em relação ao fornecimento de petróleo bruto por meio do oleoduto Druzhba", sinalizando que pode enfrentar escassez de petróleo após a recente decisão do governo alemão.
A refinaria PCK, uma das maiores da Alemanha, fica localizada na cidade de Schwedt, no leste do país. A unidade refina cerca de 12 milhões de toneladas de petróleo bruto anualmente e fornece 90% da gasolina, diesel e combustível para aeronaves de Berlim e Brandemburgo.
A PCK está diretamente ligada ao oleoduto Druzhba, que parte da Rússia. Segundo informações da Associação Internacional de Transportadores de Petróleo (IAOT, na sigla em inglês), o oleoduto é um dos mais longos do mundo e transporta petróleo por uma rede de cerca de 5,5 mil km, alcançando pontos na Alemanha, Belarus, Hungria, Eslováquia, Áustria, República Tcheca, Polônia e Ucrânia.
Mais cedo, o Ministério da Economia da Alemanha anunciou em comunicado que assumiria o controle de duas subsidiárias da Rosneft — a Rosneft Alemanha e a RN Refining & Marketing — ao colocá-las sob gestão fiduciária. Por consequência, o governo alemão assume o controle das parcelas das duas empresas em três refinarias no país — PCK Schwedt, MiRo e Bayernoil.
Reservatórios da gigante petrolífera estatal russa Rosneft no campo petrolífero de Priobskoye, perto de Nefteyugansk, no oeste da Sibéria, Rússia, em 5 de abril de 2006

Segurança energética e sanções

Segundo o governo alemão, a decisão libera as refinarias para fazerem negócios, uma vez que a ligação delas com a Rússia vinha sendo questionada. Essa seria uma forma de garantir segurança energética à Alemanha, segundo o governo.

"A gestão fiduciária contraria o risco iminente para a segurança do fornecimento de energia e estabelece uma pedra fundamental para a manutenção e futuro da operação em Schwedt", disse o ministério, acrescentando que a decisão foi baseada em uma lei de segurança energética que permite esse tipo de medida relacionada a serviços de infraestrutura crítica de energia.

Conforme publicou a agência AP, o chanceler alemão, Olaf Scholz, declarou que a decisão é uma garantia de que a "Alemanha será abastecida com petróleo no médio e longo prazos". "Isso é particularmente real no caso da refinaria de Schwedt", ressaltou.
Segundo publicou a agência Reuters, a PCK se tornou um "dilema" para Berlim, uma vez que a refinaria recebe todo o seu petróleo bruto da Rússia. Essa situação impõe um desafio à Alemanha, visto que o governo alemão decidiu eliminar as importações de petróleo russo até o fim do ano.
As três refinarias afetadas pela decisão do governo alemão representam cerca de 12% da capacidade de processamento de petróleo da Alemanha e são consideradas fundamentais para a segurança energética do país. Apesar da decisão, a PCK afirmou que a medida não significa que a operação da refinaria esteja sob tutela.
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