Apesar da queda abrupta dos suprimentos à União Europeia, a empresa russa dobrou as suas receitas de exportação, de acordo com Oliver Hortay, chefe de pesquisas de política energética e climáticas de um think tank húngaro.
"A Gazprom está fornecendo 43% menos gás à Europa neste ano do que no ano passado, mas, em média, os preços triplicaram. As receitas da empresa provenientes da exportação para a UE crescerão de US$ 53 bilhões (R$ 278,5 bilhões) para 100 bilhões (R$ 525,45 bilhões)", escreveu ele nas redes sociais na semana passada.
A postagem faz eco de uma matéria recente do Financial Times, segundo a qual os preços mais altos do gás ajudam a Gazprom a compensar a redução das entregas para a UE. De acordo com o jornal, a empresa russa agora entrega diariamente cerca de 84 milhões de metros cúbicos de gás aos consumidores europeus através da Ucrânia e Turquia diariamente, em comparação com os 480 milhões de metros cúbicos em média no ano passado.
A queda no fornecimento através do gasoduto Nord Stream 1 devido a problemas técnicos causados pelas sanções deve "triplicar em média os preços deste ano em relação a 2021", constatou na sexta-feira (16) o analista da BCS Global Markets, Ron Smith, acrescentando que isso aumentará as receitas da empresa russa em 85%, para US$ 100 milhões (R$ 525 milhões).
De acordo com estimativas dos especialistas, em 2022 a Gazprom exportará 43% menos gás, mas por um preço médio de US$ 1.000 por metro cúbico (R$ 5.250).
No final de agosto, a gigante energética russa revelou ter ganhado US$ 41,75 bilhões (R$ 219,75 bilhões) apenas no primeiro semestre de 2022, o lucro líquido foi de US$ 29 bilhões (R$ 152,37 bilhões) no ano de 2021.