Panorama internacional

Chefe da 7ª Frota dos EUA: caso China bloqueie Taiwan, comunidade internacional vai intervir

As forças navais da China, atualmente as maiores no mundo, são capazes de bloquear completamente a ilha de Taiwan, disse o comandante da 7ª Frota dos EUA, vice-almirante Karl Thomas, ao Wall Street Journal.
Sputnik
Recentemente, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse em entrevista à CBS que Washington não encoraja Taiwan a se tornar independente da China continental, apesar da cooperação com a ilha. Contudo, o presidente ressaltou que os EUA protegeriam Taiwan em "caso de ataque sem precedentes" da China contra a ilha.
Em conversa com o jornal, que ocorreu antes da entrevista de Biden ter sido emitida no ar, o vice-almirante disse não saber se Pequim prepararia um bloqueio ou uma invasão de Taiwan, mas o trabalho dele é estar preparado para quaisquer ações agressivas por parte da China. Na opinião dele, em caso de bloqueio a comunidade internacional poderá intervir.

"Eles [os chineses] têm uma Marinha muito grande, e se eles quiserem intimidar Taiwan e colocar navios em torno da ilha, eles são bem capazes de fazer isso. Mas o bloqueio é um desenvolvimento de eventos menos dinâmico (em comparação com a invasão), então isso permitirá à comunidade internacional avaliar a situação e elaborar em conjunto os caminhos de resolução desse desafio", disse o comandante da 7ª Frota, responsável pela parte ocidental do Pacífico e pelo leste do oceano Índico.

O vice-almirante considerou a Marinha da China a maior do mundo e admitiu que os EUA não conseguem acompanhar o ritmo de construção de navios da China.
O militar também ressaltou a intensificação da atividade dos militares chineses na região após a visita de Nancy Pelosi a Taiwan, inclusive com lançamento de mísseis através do espaço aéreo da ilha, e explicou que se trata de uma estratégia especial por parte de Pequim.

"Há no mandarim [o principal grupo linguístico chinês] um termo – can shi, [que significa] mordiscar como bicho-da-seda. Eles [os chineses] apenas continuam empurrando os limites, para ver o que podem fazer impunemente", afirmou.

Nas palavras do militar, ele espera que a China resolva suas controvérsias relativamente à ilha por via pacífica.
A situação em torno de Taiwan se agravou após a visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan no início de agosto. A China, que considera a ilha uma de suas províncias, criticou a visita, vendo neste passo um apoio norte-americano ao separatismo taiwanês, e realizou exercícios de grande escala.
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