"Temos que nos engajar mais com a América Latina e [este conflito] é uma boa ocasião para isso. [O conflito] é uma boa ocasião para mostrar que a relação transatlântica não é apenas a relação norte-atlântica”, disse Borrell durante o lançamento de um evento do Atlantic Council.
O alto diplomata da UE também expressou a esperança de que os países da América Latina e a UE continuem fortalecendo suas relações políticas, acrescentando que do ponto de vista financeiro o bloco já estabeleceu uma presença "esmagadora" na região.
"Nossas empresas têm investido muito capital na América Latina. Nossa presença como investidores é esmagadora. Mas nosso foco político na América Latina não é tão grande quanto precisamos e espero que em outubro próximo, na Argentina, continuemos trabalhando para construir um relacionamento mais forte com a Europa", acrescentou Borrell.
Em 24 de fevereiro, a Rússia lançou uma operação militar na Ucrânia depois que as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk (RPD e RPL) pediram ajuda para se defenderem das forças ucranianas.
Em resposta, os países ocidentais e seus aliados lançaram uma ampla campanha de sanções contra Moscou.
Em 18 de agosto, o jornal espanhol El Pais, citando um documento elaborado pelo serviço diplomático da UE e enviado aos chanceleres dos países-membros, informou que o bloco está preocupado com a crescente influência da Rússia e da China na América Latina.
O texto disse ainda que está preparando um conjunto de contramedidas para recuperar suas posições de liderança na região.
De acordo com o documento, as medidas incluirão a expansão da cooperação multilateral com os países da América Latina e do Caribe, realizando uma cúpula no segundo semestre de 2023 e fornecendo um pacote de investimentos no valor de US$ 8,1 bilhões (R$ 41,9 bilhões).