Panorama internacional

Salvini diz que sanções são ineficazes contra Rússia e que UE interfere nos assuntos da Hungria

O político italiano discordou das políticas seguidas por Bruxelas, incluindo a política de sanções contra a Rússia, a "interferência de países estrangeiros" nos outros Estados-membros e no "problema do gás".
Sputnik
Matteo Salvini, ex-ministro do Interior da Itália (2018-2019) e líder do partido da Liga do Norte desde 2013, falou em entrevista ao jornal espanhol El País sobre a crise energética, a declaração da Hungria sobre a autocracia e as sanções antirrussas.
Salvini não vê consenso no seu país sobre as sanções antirrussas. Giorgia Meloni, a principal candidata à premiê da Itália, e líder do partido Irmãos da Itália, apoia restrições contra a Rússia, mas Salvini as chama de ineficazes.
"Eu disse que sim, que as aprovamos. Mas quem paga por elas? Os trabalhadores italianos novamente. Portanto, peço à UE que os proteja também. Você quer manter sanções ineficazes?", pergunta Salvini, apontando não acreditar que elas tenham impedido o conflito. Segundo ele, os trabalhadores italianos não têm condições de pagar por tais medidas restritivas.
A coligação do líder da Liga do Norte também discordou da decisão do Parlamento Europeu de reconhecer a Hungria como uma autocracia eleitoral. Salvini e Meloni votaram contra a iniciativa, enquanto a Força Itália apoiou a ação. Salvini explicou ser contra a "interferência de países estrangeiros nos assuntos italianos".
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"Apesar de as forças de centro-esquerda na Europa não gostarem do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, os húngaros votaram nele nas eleições, e a escolha deles deve ser respeitada", defendeu o ex-ministro do Interior italiano.
"Não entendo por que a UE, no lugar de se preocupar com eletricidade, gás e a imigração, deveria se preocupar com as normas de outros países."
Para ele, apesar de um período de coesão durante a pandemia, por causa do "problema do gás", "cada um está seguindo seu próprio caminho novamente". A Europa, disse Salvini, deveria ser para seus cidadãos, "uma união daqueles que são diferentes, mas que respeitam os países individualmente".
"E hoje a Europa não respeita suficientemente a Itália", resumiu.
No domingo (25) serão realizadas eleições parlamentares italianas. Segundo as últimas pesquisas, uma coligação liderada pelo partido nacionalista Irmãos da Itália e Força Itália, e que inclui a Liga do Norte, deve vencer. No entanto, as posições dos partidos da coligação diferem em uma série de questões.
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