As importações suíças de ouro russo atingiram o nível mais alto em mais de dois anos, o que pode significar que barras de ouro antigas da Rússia podem estar sendo derretidas para que os países ocidentais driblem as sanções, facilitando sua venda.
De acordo com a Bloomberg, cerca de 5,7 toneladas — no valor de US$ 324 milhões (aproximadamente R$ 1,6 bilhão) — do metal russo foram importadas pelo centro de refino em agosto, segundo dados da Administração Federal de Alfândegas da Suíça, o maior número desde abril de 2020.
Nesta terça-feira (20), dados da alfândega suíça apontaram que o carregamento de metal que chegou do Reino Unido era russo, mas eles apenas mostram o último local em que o metal precioso foi refinado e não de onde foi enviado pela última vez.
O ouro russo se tornou um tabu desde que os países ocidentais resolveram sancionar a Rússia por sua operação militar especial na Ucrânia, mas barras exportadas do país antes de 4 de agosto não estão sujeitas à proibição de importação, disse a autoridade alfandegária nesta terça-feira.
Alguns investidores com barras de ouro russas antigas podem querer refundi-las em refinarias suíças para torná-las mais fáceis de vender. Mesmo com o estigma sobre o ouro russo, aquele que foi cunhado antes da guerra ainda pode ser comercializado na maioria dos grandes centros, incluindo Londres e Zurique. A Rússia — segunda maior mineradora de ouro do mundo — era anteriormente um importante fornecedor do novo metal precioso para o mercado do Reino Unido.
De acordo com a Bloomberg, a China ainda está importando ouro russo, embora as quantidades permaneçam relativamente baixas. O país comprou 0,3 tonelada do metal precioso da Rússia em agosto, uma pequena fração de suas importações mensais totais de 182 toneladas.