Apesar de ter o quarto maior orçamento discricionário na Esplanada, com um total de R$ 11,1 bilhões para o ano de 2022, o Ministério da Defesa pediu à pasta da Economia uma complementação de R$ 1,3 bilhão para gastos até dezembro, segundo a Folha de São Paulo.
De acordo com a mídia, o pedido de recursos extras da Defesa tem como objetivo complementar as ações de custeio das três Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), que alegam internamente dificuldades financeiras para manter funções básicas da rotina militar.
No Exército, por exemplo, comandos regionais enfrentam dificuldades financeiras para comprar pneus para caminhões. Por isso, militares precisam semanalmente revezar as rodas em condições de uso entre os veículos, para evitar que eles tenham problemas por inatividade.
Na Força Aérea Brasileira (FAB), brigadeiros afirmaram à mídia que o aumento dos preços de combustíveis e produtos para manutenção de aeronaves consumiu mais do que o esperado inicialmente.
A complementação orçamentária foi assunto em reunião entre os ministros da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e da Economia, Paulo Guedes, na última quinta-feira (15) segundo o jornal.
Entretanto, o pedido da pasta da Defesa é feito no momento em que o governo será obrigado a apertar mais despesas neste ano além de sofrer desgastes devido ao envio da proposta de Orçamento de 2023 com cortes em áreas sociais sensíveis, como o Farmácia Popular e o Mais Médicos.
Neste ano, a necessidade de bloqueio sobre dotações da pasta chegou a R$ 347,3 milhões no terceiro bimestre. Na direção contrária, as Forças relatam um aumento de gastos com a manutenção de veículos e outras despesas, o que teria estrangulado as contas dos comandos militares e gerado o pedido para mais verba.