De acordo com uma entrevista de Sergei Lavrov à revista Newsweek, qualquer chance de os EUA e a Rússia retomarem o Novo START ainda está distante, porque o governo de Biden envia "sinais confusos" sobre os próximos passos para que o acordo seja assinado.
Segundo o chanceler russo, "ainda não está claro o que está por trás desses sinais". Ele destacou que o diálogo entre Rússia e EUA está praticamente congelado "por causa dos Estados Unidos".
O chanceler russo afirmou que "é impossível manter uma comunicação normal com Washington, que declara seu objetivo de causar uma derrota estratégica à Rússia".
Assinado em 2010, o Novo START entrou em vigor em 2011 por um período de dez anos, podendo ser prorrogado por mais cinco.
No momento, entretanto, Lavrov explicou que não há "esclarecimentos às consultas russas sobre a estabilidade estratégica e o controle de armas descontinuados pelo lado norte-americano".
As duas potências concordaram, em janeiro de 2021, em estender o Novo START por mais cinco anos, o único acordo de controle de armas que liga os EUA e a Rússia, depois que Washington quebrou o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (Tratado INF, na sigla em inglês), sobre mísseis de médio e grande porte, em 2 de agosto de 2019.
O pacto de desarmamento nuclear limita os arsenais dos dois países de tal maneira que em sete anos, e no futuro, o número total de armamento não ultrapasse 700 mísseis balísticos intercontinentais (ICBM, na sigla em inglês), 1.550 ogivas e 800 sistemas de propulsão implantados e não implantados.
No início de agosto, Moscou notificou oficialmente Washington de que estava se retirando temporariamente das atividades de inspeção sob o tratado Novo START, mas as retomaria assim que as questões relacionadas às sanções que dificultavam as viagens das equipes de inspeção fossem resolvidas.
O tratado Novo START vai expirar no ano de 2026. Rússia e EUA começaram a consertar os aspectos do futuro acordo sobre a restrição de armas nucleares, mas o diálogo foi interrompido após o início da operação especial russa na Ucrânia.
Conforme declarado pelo Departamento de Estado dos EUA, Washington está considerando a possibilidade de uma nova rodada do diálogo estratégico com Moscou, mas quer evidências de sua abordagem conscienciosa.