A China continua a tendência de reduzir sua participação em títulos do Tesouro dos EUA, e, consequentemente, diminuir sua dependência do dólar americano, indica na quinta-feira (22) a revista japonesa Nikkei Asia.
Citando dados oficiais, a Nikkei diz que o patrimônio do gigante asiático era de US$ 970 bilhões (R$ 5,09 bilhões) no final de julho de 2022, 9% inferior ao do final de 2021, quando caíram US$ 100 bilhões (R$ 524,34 bilhões), apesar de uma pequena subida mensal nesse mês. Os investimentos chineses na dívida americana têm caído desde 2018, e estão agora no nível mais baixo desde maio de 2010.
Ao mesmo tempo, a redução da China nos investimentos em títulos coincidiu com um aumento de suas participações nos chamados paraísos fiscais das Ilhas Cayman e as Bermudas, de $38,5 bilhões (R$ 201,87 bilhões) e $7 bilhões (R$ 36,7 bilhões), respectivamente.
A mídia sugere que esta abordagem de Pequim poderia ser uma tentativa de proteger seus ativos de possíveis sanções dos EUA em meio a tensões crescentes sobre Taiwan, como aconteceu com as reservas da Rússia, quando mais de US$ 300 bilhões (R$ 1,6 bilhão) foram congelados após o início da operação militar especial na Ucrânia.
Além disso, a China poderia estar substituindo parte de seus títulos do Tesouro dos EUA por ouro, já que suas importações do metal precioso mais que dobraram em agosto para US$ 10,36 bilhões (R$ 54,32 bilhões), o maior valor desde 2017.