Pela primeira vez em quatro anos um porta-avião dos EUA chegou à Coreia do Sul nesta sexta-feira (23). O USS Ronald Reagan, de propulsão nuclear, e os navios de sua flotilha de ataque atracaram em uma base naval na cidade portuária de Busan, no sul, antes de exercícios conjuntos com as forças sul-coreanas.
A chegada do porta-aviões tem como objetivo se juntar a outros navios militares em uma demonstração de força destinada a enviar uma mensagem à Coreia do Norte, segundo a Reuters. Sua chegada marca a implantação mais significativa ainda sob um novo impulso para que mais "ativos estratégicos" dos EUA operem na área para deter Pyongyang.
O porta-aviões nuclear USS Ronald Reagan (CVN-76) da Marinha dos EUA chega ao Comando de Frota ROK em Busan, 390 quilômetros ao sul de Seul, em 23 de setembro de 2022
© AFP 2023 / Yonhap
O comandante do grupo de ataque, contra-almirante Michael Donnelly, disse a repórteres a bordo do navio que a visita foi projetada para construir relações aliadas e aumentar a interoperabilidade entre as Marinhas.
"Estamos deixando as mensagens para os diplomatas", disse ele, quando questionado sobre qualquer sinal para a Coreia do Norte, mas acrescentou que exercícios conjuntos garantiriam que os aliados fossem capazes de responder a todas as ameaças: "É uma oportunidade para praticarmos táticas e operações", afirmou Donnelly citado pela mídia.
Na visão do professor da Universidade de Estudos Estrangeiros Hankuk (Seul), Mason Richey, a visita do porta-aviões é útil para sinalização política, tranquilizando Seul e treinando com as forças sul-coreanas, mas provavelmente faz pouco para amedrontar a Coreia do Norte e pode até surtir efeito contrário.
"Uma visita de um grupo de porta-aviões certamente não faz muito – na verdade, provavelmente faz o oposto - para desencorajar Pyongyang de desenvolver mais armas nucleares e sistemas de lançamento, bem como capacidades convencionais", disse o professor citado pela mídia.
O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, pressionou por mais exercícios conjuntos e outras demonstrações de poder militar como um alerta para país norte-corenano, que este ano realizou um número recorde de testes de mísseis e parece estar se preparando para retomar os testes nucleares pela primeira vez desde 2017.