O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês) do Departamento do Tesouro dos EUA impôs na quinta-feira (22) sanções contra a Polícia de Moralidade iraniana e sete altos funcionários de segurança do Ministério de Inteligência e Segurança, as Forças Terrestres do Exército, as Forças de Resistência Basij e as Forças Policiais, por violência contra manifestantes iranianos e pela morte de Mahsa Amini.
Protestos violentos se iniciaram em Teerã após a notícia da morte na última sexta-feira (16) da jovem de 22 anos às mãos da "polícia de moralidade" do Irã, depois que ela supostamente quebrou os códigos de vestimenta que exigem o uso do hijab. Amini tinha sido presa em 13 de setembro e levada ao hospital pouco depois. Ela sofreu vários golpes na cabeça.
"Mahsa Amini era uma mulher corajosa cuja morte sob custódia da Polícia de Moralidade foi mais um ato de brutalidade das forças de segurança do regime iraniano contra seu próprio povo. Condenamos este ato inconcebível nos termos mais fortes e chamamos o governo iraniano a acabar com sua violência contra as mulheres e com a repressão violenta em curso contra a liberdade de expressão e de reunião", disse Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA.
"A ação de hoje de sancionar a Polícia de Moralidade do Irã e altos funcionários de segurança iranianos responsáveis por esta opressão demonstra o claro compromisso da administração [Joe] Biden-[Kamala] Harris [presidente e vice-presidente dos EUA, respectivamente] de defender os direitos humanos e os direitos das mulheres, no Irã e globalmente", acrescentou Yellen.
O OFAC refere que as sanções impostas à polícia militar e aos altos funcionários de segurança do Irã estão em conformidade com a Ordem Executiva 13553, que entrou em vigor sob a administração de Barack Obama, ex-presidente dos EUA (2009-2017) em 2010, e bloqueia a propriedade de certas pessoas "no que diz respeito a graves abusos dos direitos humanos por parte do governo do Irã e à tomada de outras ações".
Durante a Assembleia Geral das Nações Unidas na quinta-feira (22) Ebrahim Raisi, presidente do Irã, disse que a morte de Amini seria investigada, mas também afirmou que sua morte não foi causada por abuso policial.