"Com o passar do tempo, o Ocidente pode vir a reconhecer essas regiões como parte da Rússia. Antes do atual conflito militar na Europa, em diferentes níveis já se falava que a Crimeia já faz parte da Rússia. Caso a Rússia venha a integrar estas regiões ao seu território, e o Ocidente inclua a Ucrânia em suas fileiras, as conversas sobre o cessar-fogo podem aparecer na agenda", escreveu o jornalista.
Ele sublinhou que entre os países que estarão mais determinados a normalizar a situação e reconhecer a nova realidade geográfica serão os que estão sofrendo mais do confronto com Moscou. Como o exemplo, Ozdemir citou a Alemanha, cuja economia está em muito ligada à russa.
Ao mesmo tempo, o autor salientou que as capacidades sancionatórias do Ocidente já são muito limitadas. Os Estados Unidos e seus aliados já aplicaram contra Moscou quase todas as sanções que tinham à sua disposição. Contudo, estas não conseguiram influenciar as políticas russas.
Além disso, o especialista turco lembrou o fato de as autoridades ucranianas terem proibido o uso da língua russa nas regiões com predominância da população étnica russa. Assim, os seus habitantes têm o direito de determinar por conta própria o seu destino, salientou o jornalista.
O fracasso das Forças Armadas da Ucrânia de reverter a situação por meios militares contribuirá para o estabelecimento de uma nova realidade, já que nem o apoio militar ocidental ajudará o Exército ucraniano a vencer, acredita Osdemir.
"Com o tempo, pelos vistos, as partes podem sentar-se à mesa de negociações. Então, será levantada a questão da abdicação real destas regiões por parte da Ucrânia", concluiu.
De 23 a 27 de setembro, nas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, bem como nas regiões de Kherson e Zaporozhie, estão em curso referendos sobre a integração à Rússia, cuja realização foi proposta pelas assembleias locais. Conforme os representantes das repúblicas e regiões libertadas, a integração à Rússia vai proteger os seus territórios e restaurar a justiça histórica.
Na sua opinião, tal decisão é necessária em meio aos constantes ataques terroristas por parte do regime nacionalista de Kiev e de países-membros da OTAN, que fornecem armas e contribuem para a morte da população civil.
Desde 24 de fevereiro, a Rússia tem conduzido uma operação militar especial na Ucrânia. Segundo o presidente russo Vladimir Putin, a operação visa "defender as pessoas que ao longo de oito anos têm sofrido intimidações e genocídio por parte do regime de Kiev". Conforme o presidente, o objetivo final da operação é libertar Donbass e criar condições que garantam a segurança da própria Rússia.