Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, falou, citada pela agência britânica Reuters, sobre as eleições na Itália, que serão realizadas neste domingo (25).
Ela respondia a uma pergunta sobre se tinha alguma preocupação em relação ao assunto, dando um aviso velado à potencial nova coalizão da direita liderada por Giorgia Meloni.
"Minha abordagem é que, qualquer que seja o governo democrático disposto a trabalhar conosco, trabalhamos juntos", disse na quinta-feira (22) von der Leyen na Universidade de Princeton, EUA.
"Se as coisas forem em uma direção difícil, eu falei da Hungria e da Polônia, nós temos ferramentas", apontou von der Leyen.
Matteo Salvini, líder da Liga italiana e parte da coalizão de Meloni, condenou na sexta-feira (23) seus comentários.
O que é isso, uma ameaça? Arrogância vergonhosa. Respeitem o voto livre, democrático e soberano do povo italiano! Amigos de todos, servos de ninguém.
Sebastian Kaleta, vice-ministro da Justiça da Polônia, também não poupou palavras na sexta-feira (23).
A presidente da Comissão Europeia sugere que, se os italianos escolherem um governo de que Bruxelas não gosta, os fundos podem ser bloqueados.
Mais uma prova de que o "Estado de direito" é pura chantagem para impor os ditames da UE, ou melhor, da Alemanha. É essa a "democracia".
Vários membros da potencial nova coalizão, como Salvini e Silvio Berlusconi, têm sido referidos como favorecendo mais as negociações com a Rússia e um acordo de paz na Ucrânia.
Por sua vez, Eric Mamer, porta-voz da Comissão Europeia, assegurou aos jornalistas em Bruxelas que a chefe do órgão europeu não tem intenção de interferir na política italiana.
"Ela enfatizava o papel da Comissão como guardiã dos tratados [europeus] em relação ao Estado de direito", disse ele na sexta-feira (23).