Nasser Kanaani, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, reagiu às declarações de sábado (23) de Yair Lapid, primeiro-ministro de Israel, na Assembleia Geral da ONU.
Lapid afirmou que Israel "tem capacidades" e fará tudo para evitar que o Irã obtenha uma arma nuclear. Ele sugeriu "colocar na mesa uma ameaça militar credível" para "negociar um acordo de maior duração e mais robusto com eles".
"Imitando seu antecessor falhado, o premiê do maior regime terrorista do mundo abusou o pódio da Assembleia Geral das Nações Unidas para espalhar ódio e ameaçar a nação iraniana", respondeu Kasaani no sábado (25) falando no órgão da ONU.
"O Irã provou que não hesitará em dar uma resposta terrível a qualquer agressão", advertiu ele, condenando seu "modus operandi para chantagear o mundo".
O Irã está em negociações com a Alemanha, China, EUA, França, Reino Unido, Rússia e União Europeia para retomar o acordo nuclear JCPOA, assinado em 2015. O pacto exigia que o Irã reduzisse seu programa nuclear e diminuísse suas reservas de urânio em troca de alívio das sanções, incluindo a suspensão do embargo de armas cinco anos após a adoção do acordo, e uma maior facilidade na exportação de petróleo.
Em 2018 a administração americana de Donald Trump (2017-2021) alegou que o Irã não estava cumprindo o acordo e o deixou, reimpondo sanções ao país. O Irã, por sua vez, esperou um ano até começar o afastamento do cumprimento dos termos do JCPOA. Em abril de 2021 Joe Biden, novo presidente dos EUA, retomou as negociações do acordo, mas mantem uma política anti-iraniana.