Panorama internacional

Luzes de Natal viram alvo de ativistas na Alemanha em razão da crise energética

A organização Ação Ambiental da Alemanha (DUH, na sigla em alemão) defende que o país abandone a tradição de luzes de Natal neste inverno em razão da crise energética que atinge o país europeu.
Sputnik
Em entrevista ao portal RND, o diretor da organização, Jürgen Resch, defendeu que as luzes de natal sejam dispensadas esse ano para garantir o abastecimento energético do país, que vive uma dura crise diante da manutenção de sanções contra o gás russo.

"Neste inverno, deveria ser natural dispensar as luzes de Natal nas cidades, bem como nas casas e apartamentos. Tendo em vista a guerra na Ucrânia, a escassez de energia, mas também por razões de proteção climática, devemos fazer uma pausa por um momento", disse Resch.

Segundo ele, a iluminação natalina privada causa um consumo de eletricidade de mais de 600 milhões de quilowatts-hora por ano, o mesmo que uma cidade de médio porte com 400 mil habitantes consome em um ano.
Para garantir a presença do espírito natalino, o ambientalista sugere uma árvore de Natal por cidade.

"Talvez isso possa ser reduzido para uma árvore iluminada por município. Ficar conscientemente sem aqui, economizar e mostrar solidariedade pode até tornar esta época de Natal muito especial".

A Alemanha, tal como outros países ocidentais, tem sofrido um enorme aumento dos preços da energia e da inflação em geral devido às sanções impostas contra Moscou e à decisão de recusar o petróleo, gás e carvão russos. Por causa do aumento dos preços dos combustíveis, especialmente do gás, as indústrias alemãs em muitos aspectos perderam as suas vantagens competitivas, o que afetou de forma severa a maior economia da União Europeia.
Nesta segunda-feira (26), o ministro-presidente da Baixa Saxônia (estado alemão), Stefan Weil, chegou a anunciar a impossibilidade de lançar o gasoduto russo Nord Stream 2. O gasoduto se estende da costa russa através do mar Báltico até a Alemanha e consiste em duas cadeias com capacidade total de 55 bilhões de metros cúbicos de gás por ano.
A construção foi concluída em setembro de 2021. Porém, para ser lançado, o gasoduto precisava aprovações regulamentares, principalmente de autoridades alemãs. Em meio a pressões dos Estados Unidos e posterior início da operação militar especial russa na Ucrânia, o governo alemão interrompeu a certificação do gasoduto.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Berbock, afirmou que "o projeto está realmente congelado". Além disso, o Departamento do Tesouro dos EUA impôs sanções ao operador do projeto e seu diretor-executivo, Matthias Warnig.
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