Segundo o autor, os planos de Washington para isolar a Rússia não receberam apoio, nem mesmo de países considerados aliados do país norte-americano.
"Os EUA esperavam que eles tinham o poder e a influência para forçar o mundo a isolar a Rússia. Fora da Europa revelou-se difícil de concretizar essa esperança, já que os EUA se esforçavam muito para convencer seus aliados do [grupo] Quad, tais como a Índia, e até mesmo aliados da OTAN, tais como a Turquia, a aderir aos seus esforços para isolar o Kremlin. Da mesma forma, Washington não conseguiu demover a China. Mesmo na Europa, os esforços americanos para isolar a Rússia provaram ser difíceis de alcançar", disse Snider.
O observador lamentou que as promessas dos EUA também são incompatíveis com a realidade no caso do Irã e da Venezuela, que também perderam as boas graças de Washington.
"Em 15 de setembro, a SCO [Organização de Cooperação de Xangai] assinou um memorando de compromisso com Teerã, que em breve tornará o Irã membro de pleno direito de uma organização que representa 43% da população mundial. A adesão à SCO não só não levará ao isolamento, mas também providenciará ao Irã contatos de alto nível e cooperação econômica com a Rússia, China e Índia", notou Snider.
Ele ressaltou também que a Venezuela consertou relações com um importante aliado dos EUA na América Latina – a Colômbia, bem como com outros países vizinhos, incluindo México, Peru, Honduras e Chile.
"As tentativas de Washington de isolar países que desafiam sua hegemonia, ironicamente, levaram as nações-alvo a se voltarem umas para as outras e formarem uma comunidade de nações isoladas. De fato, o desejo dos EUA de isolá-las ajudou a fortalecer o tal mundo multipolar que Washington prometeu evitar", conclui observador.
Em 24 de fevereiro de 2022, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou o início de uma operação militar especial para "desmilitarização e desnazificação da Ucrânia".